terça-feira, 2 de dezembro de 2014

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mais uma vez: a boa Engenharia, o exemplo dos países mais desenvolvidos

A Engenharia levada a sério
Em viagem pela Europa mais uma vez tivemos a oportunidade de ver obras e serviços bem projetados, planejados, executados, fiscalizados e necessários. O capricho, provavelmente boas empreiteiras, é algo notável, ou melhor, a legislação sobre obras públicas deve ser mais inteligente que a nossa, capaz de travar qualquer projeto ou gerar oportunidades para empresas sem condições de realizar o que é estabelecido em contratos e normas.
Não temos empresas preparadas para auditar com profundidade o que se faz na área técnica.
É gratificante saber que existem povos que valorizam a qualidade, a confiabilidade e a segurança do que fazem durante e após a conclusão dos serviços de utilidade pública. Saíram do “reducionismo” dos preços e valorizam a qualidade. Isso vale para todas as etapas, inclusive os canteiros de obras.
O resultado é que as cidades são minimamente impactadas pelo trabalho em execução e o povo é protegido tanto quanto possível e tudo tem boa durabilidade.
Em qualquer lugar desses países mais desenvolvidos o ser humano é prioridade em sua relação com tudo o que se coloca ao seu redor, acima e abaixo dele. Proteções vão desde barreiras modulares e bem feitas até andaimes bem construídos, dando segurança também para os trabalhadores.
Placas alertam para responsabilidades e cuidados necessários assim como sinais dinâmicos e luminosos se necessário são instalados para segurança de todos. Não vimos as ridículas fitas isolando buracos, mas cercas robustas o suficiente para conter transeuntes com deficiência(s), pessoas idosas e crianças.
A qualidade dos projetos é compatível com a cidade, coerente, não provocando aleijões e serviços precários como temos com os varais formados pelas nossas redes aéreas. Sob o solo as cidades se energizam, se comunicam, recebem água e gás e devolvem o que deve ser tratado e devolvido à natureza.
Por falar em meio ambiente é importante notar as cestas de fibra que substituem as terríveis caçambas usadas por aqui. Flexíveis e com capacidade para mais de uma tonelada de carga em Paris permitem coleta seletiva de resíduos de construção (1) e até a formação de canteiros temporários (2).
Ferramentas, máquinas e veículos especiais, organização e limpeza, ordem em canteiros denotam cuidados que também vimos no Japão em 1988 e na Europa desde 1977. No Brasil tivemos as décadas perdidas com a inflação monumental diante de muitos erros gerenciais de quem governava o nosso país e depois a neurose da Economia, que domina até hoje os noticiários e dispensa qualquer cuidado maior além dos juros sempre estratosféricos...
Nossas faculdades e universidades se multiplicaram explosivamente. Com certeza houve carência de bons professores e alunos em condições de frequentar cursos superiores. Escolas técnicas viraram de Engenharia sem mudança de comportamento e todo um conjunto perverso penalizou o ensino superior no Brasil, que esperamos que mude gradativamente para melhor, pelo menos por efeito de programas de estágio no exterior, turismo e necessidade de empregabilidade em empresas mais sofisticadas.
Enquanto esperamos vamos sendo obrigados a suportar fracassos hediondos que custam muito caro ao Brasil, pois além da corrupção temos falhas lamentáveis atrasando, degradando e comprometendo o futuro de nosso país.
Precisamos da Boa Engenharia e menos subserviência a lógicas macunaínicas de alguns políticos poderosos e equipes de gravatinha mais preocupadas com o famoso “mercado”.
O povo brasileiro merece, precisa e deve querer segurança e qualidade em projetos, obras, instalações e serviços essenciais.
Cascaes
30.10.2014
1. Cascaes, João Carlos. Ponderações engenheirais . Obras com responsabilidade real e competência. [Online] 1 de 10 de 2014. http://pensando-na-engenharia.blogspot.com.br/2014/10/obras-com-responsabilidade-real-e.html.
2. —. Utilização de sacos de fibra em Paris em substituição de caçambas metálicas . Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente e DEFESA CIVIL . [Online] 01 de 10 de 2014. http://mirantedefesacivil.blogspot.com.br/2014/10/utilizacao-de-sacos-de-fibra-em-paris.html.



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Serviços essenciais precisam de tarifas e preços definidos dentro de estratégias de desenvolvimento material e social.

Roberto

Esse é o resultado de um modelo que transformou o Setor Elétrico em instrumento de especulação sem limites razoáveis.
Serviços essenciais não podem ser precificados pelo mercado.
Energia não é cerveja.

Serviços essenciais precisam de tarifas e preços definidos dentro de estratégias de desenvolvimento material e social.

O que vemos é um tremendo equívoco dos construtores de modelos com bases em mercado, dados e fatos de avaliação quase impossível.

  • ·         Quanto o Brasil vai crescer nos próximos dois anos (por exemplo)?
  • ·         Qual é a previsão climática em tempos de mudanças radicais?
  • ·         Que tipo de uso faremos da energia?


Simplesmente os “especialistas” e políticos erraram feio.

Abraços

Cascaes

De: Roberto no Ilumina
Enviada em: quarta-feira, 18 de junho de 2014 09:16
Para: Roberto no Ilumina
Assunto: Os rombos ninguém percebe



domingo, 16 de março de 2014

A privatização desmoralizada - Monitor Mercantil

A privatização desmoralizada - Monitor Mercantil

Inconsistências energéticas e políticas

O Brasil das meias soluções e o Setor Energético
Os serviços essenciais e as concessionárias que atuam áreas importantíssimas ao ser humano mostram vícios preocupantes, principalmente a prevalência das espertezas e armações sobre a boa Engenharia. Desde sempre a qualidade e a confiabilidade do saneamento básico, energia, transporte coletivo, serviços de saúde, educação etc. sofreram limitações impostas por conveniências até acadêmicas, mas, principalmente pela omissão e desonestidade intelectual de nossas lideranças.
Algumas exceções foram notáveis em certos períodos e marcaram cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e algumas cidades menores, menos conhecidas, mas empolgantes.
Governar é um ato complexo e extremamente exigente. Não é tarefa para pessoas despreparadas e alienadas.
A redemocratização que vivenciamos a partir da década de oitenta entronizou uma geração de líderes calouros para o exercício democrático. Perdemos partidos e políticos que antes de 1964 se enfrentavam e tinham cores ideológicas e éticas bem definidas. Talvez até não seja tão grande a diferença, pois a semelhança do PMDB a alguns que estavam sempre ao lado do Poder não é tão grande, mas falando da qualidade dos políticos...
Temos um cenário confuso e isso produziu leis e decisões piores ainda.
A Constituição de 1988 é uma mistura entre o Presidencialismo e o Parlamentarismo; nossos legisladores têm muita força se bem organizados, mas não têm a responsabilidade de governar. Assim o Brasil 2014 está submetido a uma coleção incrível de leis, decretos, normas e “articulações”, “blocões”, bases etc., o paraíso para aqueles que usam isso contra o povo.
O que hoje denominamos de serviços essenciais veio com a tecnologia e consciência adquiridas a partir da valorização da Ciência e Tecnologia; antes a Humanidade, reduzida ao clero, Corte, guerreiros, escravos e servos vivia pouco; a expectativa de vida do ser humano era curta, o foco era normalmente a simples e curta sobrevivência.
Agora temos a oportunidade de viver muito, de que maneira?
As maravilhas modernas são importantes. Para todas elas, contudo, precisamos de energia (elétrica, gasosa, líquida). De que forma usar, produzir, transportar etc.?
No Setor Energético estamos mais uma vez em crise de consistência.
As concessionárias mais voltam a servir de instrumento de combate à inflação (em grande parte provocada pelo PAC da Copa assim como ao renivelamento de classes mais pobres, inseridas numa classe média mais baixa, mas, felizmente capaz agora de consumir mais alimentos, por exemplo).
Se a simples perda de qualidade fosse o mal de nossa época ainda haveria como corrigir sem muitas dificuldades a maioria dos serviços e produtos. O que assusta é, entendendo e observando com mais detalhes o Setor Elétrico, o risco de faltar energia. Os erros acumulados e o quase racionamento, que não se realizou principalmente porque o Brasil desacelerou (Pibinho) mais a operação de usinas muito caras, que apresentarão a conta mais adiante.
Falamos que somos o país das meias soluções, pois é, criou-se, por exemplo, o Mercado Livre de Energia Elétrica; pararam no meio do caminho. Resultado, a maior parte dos brasileiros está num mercado cativo de concessionárias que estranhamente parece que erram demais na compra e venda de energia, na previsão climática, cargas, econômicas etc. O pessoal livre (eletrointensivas, grandes e médios consumidores) usufrui os benefícios da livre escolha de fornecedores e associação a consórcios para construção e operação de bons aproveitamentos energéticos (BNDES?).
A intermediação da energia (algo criado com a lógica de que a energia elétrica é uma commodity) viabiliza outros equívocos caros, tais como vender energia mal e recomprá-la caro.
Pior é o oportunismo até acadêmico em torno de soluções miraculosas. Subsídio é a palavra do momento, por acaso alguém desconhece que esse é um caminho perigoso, realmente conveniente em alguns casos, mas criador de mais uma sangria fiscal e operacional?
A viabilização da otimização da geração de energia depende de muitos estudos, monitoramento de dados e fatos técnicos, análises e relatórios, recursos de processamento e muito mais. É assustador sentir que tudo isso está subordinado ao desejo eleitoreiro da Corte, entre outros talvez impublicáveis. Ou seja, temos ou não transparência técnica? Para que o povo paga tantos encargos, taxas e impostos e assim mantêm institutos, agências reguladoras, centros de P&D e outras coisas? É justo estarmos sob risco de racionamento?
O mercantilismo radical é outro fator de desorganização.
A obsessão pelo lucro, introduzida até em empresas estatais graças à Participação de Lucros (pode? Outro tipo de sucumbência?), afasta bons técnicos da visão social e política necessária às empresas estratégicas ao nosso desenvolvimento.
Afinal, seremos um país sem governo ou não? Energia pode ser objeto de especulação e desperdício? É interessante perceber que nossas concessionárias silenciaram em relação à racionalização do uso da energia...
No Setor Energético a única panaceia é uma boa mistura de competência, honestidade e patriotismo.
Para concluir, será que nosso povo tem consciência do significado e consequências de racionamento de energia? Esqueceu 2001?

Cascaes
16.3.2014


Avenida das Torres e o Viaduto Estaiado - obras e projetos

terça-feira, 11 de março de 2014

Hoje investimos em educação mais de 5% do PIB


De: Pedro Cascaes
Enviada em: terça-feira, 11 de março de 2014 09:23
Para: Baby Cascaes
Assunto: Craques brasileiros

Excelente artigo do Senador Cristóvão Buarque.

Por favor leiam.
Mas, tentem lembrar de toda a polêmica em torno do pré-sal. Hoje produzindo perto de 450.000 barris dia e que diziam, jamais teríamos tecnologia para isso ou que sua produção só começaria lá por 2020 ou mais. Digo isso, porque os royalties do pré-sal vão  integralmente para a educação. 
Hoje investimos em educação mais de 5% do PIB, já estamos entre os dez países do mundo que mais investe proporcionalmente, mas com o pré-sal, apesar do chamada"oposição" dizer o contrário, confirmadas as previsões, em 2025 seremos o país que mais investirá em educação proporcionalmente em todo o mundo, quem sabe teremos então mais sabedoria para distinguir o certo do errado e enxergar a manipulação escandalosa de setores da imprensa, ONGs, articulistas, instituições externas as mais diversas que são uma constante em nosso país denegrindo de forma virulenta toda e qualquer iniciativa positiva.
--
" O destino escolhe quem cruza nossas vidas,
as atitudes nos mostram quem fica. "




Paixão nacional. Um artigo de Cristovam Buarque




"Em cada dez dos melhores jogadores de futebol do mundo, pelo menos cinco são brasileiros. Entre todos os prêmios Nobel do mundo, nenhum é brasileiro. Entre os grandes jogadores brasileiros, quase todos têm origem pobre, enquanto quase todos os profissionais de nível superior vêm das camadas ricas e médias. 

Nestes tempos de Copa do Mundo, a TV e o rádio mostram, todos os dias, pequenas biografias dos nossos grandes jogadores. Em comum, todos têm o fato de terem começado a jogar futebol aos quatro anos de idade, em algum campo de pelada perto de casa, às vezes no quintal de um amigo. Todos continuaram, com persistência, o desenvolvimento de seus talentos. Transformaram-se em grandes craques, graças à oportunidade, ao talento e à persistência. 

No Brasil de hoje, 20 milhões de meninos jogam futebol. Se apenas um em cada dez mil tiver talento e persistência, nas próximas Copas teremos dois mil ótimos jogadores; se for um em cada um milhão, ainda assim teremos dois times completos, formados por grandes craques. 

O mesmo não vai acontecer com a ciência, a tecnologia e a literatura no Brasil. Não teremos 20 prêmios Nobel, nem mesmo juntando, a esses meninos, os outros 20 milhões de meninas. Porque poucos entrarão na escola aos quatro anos. Não terão acesso a verdadeiras escolas, não poderão persistir no desenvolvimento de talento, não terão livros ou computadores como têm bolas. 

O Brasil tem grandes craques graças ao gosto pelo futebol, ao tamanho da nossa população e ao fato de que todos têm acesso à bola e ao campo de pelada. Nosso país não tem, até hoje, nenhum Prêmio Nobel de Literatura ou Física, porque poucos têm acesso a ensino de qualidade desde a primeira infância, com professores bem remunerados, preparados e dedicados, dispondo de livros e computadores na quantidade e qualidade necessárias. 

Os campos e as bolas surgem espontaneamente, ou pelo esforço da comunidade e dos próprios meninos. A escola e os computadores só estarão à disposição se houver um esforço deliberado do país inteiro. 

Ninguém vira craque por sorte, e sim por talento e persistência. Mas, no Brasil, o desenvolvimento intelectual depende, antes de tudo, da sorte de nascer em uma família rica, em uma cidade próspera, com um prefeito que dê prioridade à educação. O talento e a persistência vêm depois porque, antes, precisam de oportunidade: uma escola de qualidade. O desenvolvimento intelectual depende de condições criadas pelo Estado nacional: escolas, livros, computadores, professores. 

Se tivéssemos feito isso há cinqüenta anos, o Brasil seria o campeão do saber, e não o lanterninha, posição que ocupamos atualmente. Se o fizermos agora, daqui a 20 anos teremos recuperado terreno, e aí teremos a chance de vencer não só a Copa do Mundo, mas também a Copa do Saber, do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da literatura. Ganharemos as medalhas do Nobel, além das taças da Copa. 

Além do mais, teremos o capital e as bases para construirmos o Brasil do século XXI. O futebol deslumbra, mas só o saber constrói. 

Tudo isso, porém, enfrenta um grave impedimento: os brasileiros têm paixão pelo futebol. As vitórias emocionam, as derrotas deixam todos abatidos. Mas não existe a mesma paixão pela educação. Há semanas, os meios de comunicação informaram que estamos perdendo para o Haiti em termos de repetência escolar. Nada aconteceu, ninguém se incomodou. Se tivéssemos perdido para o Haiti no futebol, nossos jogadores teriam sido muito mal recebidos na sua volta ao Brasil. 

Para que as medalhas intelectuais cheguem, é preciso ter pela escola a mesma paixão que o Brasil tem pelo futebol. 

EUA - Brasil a eterna improvisação brasileira - o desprezo pela boa Engenharia

Cada vez mais pessoas têm pedido vistos permanentes para os EUA.

É que cada vez mais pessoas têm ido com maior frequência aos EUA.

Lá, os brasileiros passam a verificar que é perfeitamente possível fazer as coisas de forma bem feita. 

Todos voltam muito admirados dessas viagens, ao constatarem as construções limpas e bem organizadas, o trânsito ordenado, as estradas em condições impecáveis, os preços comparativamente ínfimos dos carros, a variedade e os baixos preços nos supermercados e nos shoppings,...

Em geral, tudo de lá é muito arrumadinho e funciona bem. Sem contar que ninguém agride ninguém e os serviços são prestados de forma extraordinária, profissionalizada.

Mas as pessoas retornam e, aí, vem o desgosto: a chegada nos nossos aeroportos já causa um mega impacto negativo... Quando se passa a perceber que, no Brasil, quase tudo é agora meia-boca, feito nas coxas... Ou, como se diz: feito "pra torcida", "pra Inglês ver"...

Graças ao PT, mais brasileiros têm viajado aos EUA. Para retornarem e constatarem a enorme tristeza de país que esse mesmo PT está fazendo do Brasil.

Nesses últimos 12 anos, o essencial (educação, segurança e saúde) deteriorou de forma absurda. E quanto à infra-estrutura, viramos campeões em "soluções anti-pó", em medidas intermediárias, na viabilização de obras improvisadas que depois acabam ficando...

Permanentes!... Como os vistos que os brasileiros, agora, passaram a solicitar.

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Por sorte nenhum pedestre estava por lá - e os ocupantes dos carros? Valeu a pena a pressa?



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Setor Elétrico - um modelo institucional feito de encomenda para os especuladores

De acordo com a ABRAGE, a associação das geradoras de energia elétrica, o quadro atual do mercado de eletricidade no Brasil mostra preocupação. O preço da energia no mercado livre (que já atingiu o teto fixado pelo governo) é formado a partir dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, das afluências nesses reservatórios, da oferta de energia disponível e do mercado consumidor. Os dois primeiros componentes são exógenos, pois dependem das chuvas que estão demorando para vir nesse verão. E como a oferta de energia está no limite (o melhor indicador são as usinas térmicas, que estão operando quase que ininterruptamente), sobra como variável controlável o mercado consumidor do produto. 


Vão nesse sentido os comentários das comercializadoras de energia, que dizem que o momento não é de racionar o fornecimento, mas de racionalizar o consumo.

Vai dar m*:

- no curto prazo pela falta de planejamento do governo federal ao baixar os preços da luz sem incentivar o consumo responsável pela população;
- no médio prazo pela necessidade de reajustes significativos de tarifas depois das eleições; e
- no longo prazo quando as distribuidoras de eletricidade começarem a pagar os adiantamentos que foram feitos em 2013 e (possivelmente) 2014 pelo governo federal para que elas possam pagar a energia térmica que elas foram obrigadas a comprar...

Enquanto isso os tubarões - que são representados pelas geradoras com energia disponível (descontratada, no jargão) - estão enchendo as burras comercializando no mercado spot a energia que não foi ofertada nos leilões da ANEEL.

______________________
um amigo


Ainda quanto a esse problema elétrico.


Uma das soluções técnicas seria a Copel solicitar um reajuste extraordinário das suas tarifas à agência reguladora, que permita suportar o alto preço da energia que ela está sendo obrigada a comprar no mercado de curto prazo e que deve já estar pressionando o seu fluxo de caixa.



A pergunta é: e como é que fica o custo político dessa medida para o governo do estado? Afinal, como deixar claro para a população paranaense que a Copel foi obrigada a essa medida pela falta de planejamento e gestão do governo federal para o setor, e que ela até abriu mão temporariamente de parte do reajuste que foi concedido em 2013?


Abraço,


______________________
um amigo


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Raios - que setor elétrico é esse?

Um raio que parte o Brasil
Candidamente autoridades nacionais informam que o Brasil escapou de um apagão maior (DEPETRI) porque o sistema automático de alívio de carga, conservação de carga, load shedding, ERAC ou seja lá qual for a denominação de plantão funcionou.
Ótimo e é verdade, ao que parece. Fenômenos dessa espécie são similares a acidentes aéreos, é uma leviandade informar objetivamente o que aconteceu de imediato. A mídia deve pensar que se trata de algo similar a tomar um pileque e ficar bêbado.
É bom quando os gerentes resistem e se negam a dar explicações mal analisadas, podemos ver a repetição de raios de Bauru tapeando o povo.
O que, contudo, infelizmente já podemos afirmar é que estamos em situação grave de risco de racionamento e apagões (Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) porque usinas e subestações grandes atrasaram, operaram mal os nossos reservatórios (Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico), o Governo Federal estimula o consumo baixando tarifas para empresas eletrointensivas e não sustenta campanhas permanentes para racionalização do uso de energia (de qualquer espécie), desmontou a Petrobras e a Eletrobras, criou um mercado persa no setor elétrico, fragmentou empresas e concentrou demais atribuições em órgão federais de operação e planejamento energético, etc.
Nesse caso de 4 de fevereiro de 2014 estranhamos o desligamento de subestações importantes, cargas essenciais, falta de diálogo com os consumidores. Qual foi o critério de eleição de cargas para desligamento já no primeiro estágio do ERAC (suponho que essa seja a sigla de plantão)?
Nossos governantes confundiram autoridade com arbitrariedade. O modelo cubano contamina o Brasil. O estilo argentino também; criou a famigerada (mais uma vez no Brasil) lógica suicida de congelamento de tarifas e deslocamento para o futuro de custos e confissões de fracassos. Estamos bem de paradigmas e estratégias de combate à inflação...
Infelizmente as corporações patronais fogem de análises sérias, afinal parecem ser comandadas por beneficiários do modelo anárquico e irresponsável que domina o Brasil em todos os serviços essenciais. Outras corporações preferem as benesses da rotina, taxas sindicais e verbas federais.
Raio em linha de extra-alta tensão, para derrubá-la deve ser parrudo, dos maiores. Esses circuitos devem ser feitos para resistir a descargas altíssimas e raras. Para isso temos técnicas consagradas de blindagem e aterramento, além dos para raios e sistemas de previsão e rastreamento de tempestades, em condições de alertar os operadores do SIN (O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional) para reduzirem carregamentos perigosos. O ONS falhou ou não entenderam suas ordens? Não monitoram o SIN?
Apagões de grande magnitude, ainda que de curta duração, causam prejuízos enormes, acidentes, transtornos que em países sérios geram processos enormes e indenizações e punições de curto, médio e longo prazo. E no Brasil? Vai para a famigerada conta “modicidade tarifária”? Mais propaganda para amansar os críticos?
Parece que nosso povo foi gradativamente neutralizado, entorpecido, desligado da tomada da cidadania. É feio ser antipático, grosseiro. Todos nós devemos adotar comportamentos de “paz e amor”. Maravilha se não estivéssemos tão longe do que deveríamos ser e ter (Cascaes).
O que acontece no Brasil sempre dá lucros à Corte e seus patrocinadores confidenciais, a plebe paga a conta.
Cascaes
5.2.2014

(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico: http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
DEPETRI. (s.d.). O BODE RUSSO. Fonte: DEPETRI - CRÔNICAS & ARTIGOS: http://depetri-crnicas.blogspot.com.br/2010/12/o-bode-russo.html
O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional. (s.d.). Fonte: ONS: http://www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.aspx




sábado, 25 de janeiro de 2014

Saudades dos tempos em que a Engenharia era levada a sério.
Tive a imensa felicidade de estudar em boas escolas, o que não significa exatamente a aprovação de todos os mestres (e vice versa). Coisas de estudante.
Mais ainda, em casa meu pai, técnico eletricista, era uma pessoa inteligente e com muita experiência profissional, disposto, contudo, a conversar comigo sobre tudo o que fosse colocado, eu um simples pirralho.
Determinado a ver o filho formado (faleceu antes, infelizmente) em uma boa escola, tinha em mente que o Caio faria Engenharia no IEI, Instituto Eletrotécnico de Itajubá.
Cursinho em São Paulo no Di Túllio, 1963, que maravilha [o artigo sugerido dá uma das facetas desse ambiente (Di Tullio, 2.006)]. Além de viver um ano na capital dos paulistas quando era possível caminhar pela cidade, lá havia uma quantidade enorme de oportunidades de lazer, cultura e aprendizado sem maiores custos que a passagem do bonde ou ônibus, aprendi a viver e sobreviver. As pensões associadas à fome da juventude eram ótimas. O pingado de manhã com pão e manteiga no balcão do bar mais próximo, genial!
O problema era o sotaque de “barriga verde” e a utilização da segunda pessoa do singular ao conversar com alguém, os paulistas se ofendiam. Mas, quem entendia, era só abrir a boca e sentiam que eu era catarinense. Para tirar dúvidas eu perguntava: “Como é que tu sabes?”, bem cantado e as gargalhadas dos amigos encerrava a dúvida que persistia, brabos por quê ficaram?
No cursinho alguns professores marcaram a presença para sempre. Aulas de Física, Português, Química, Matemática etc. vinham acompanhadas com lições de moral e, principalmente no caso do Professor Alfeu Tersariol, piadas em cima dos corintianos. Nos intervalos íamos para a sacada do andar em que estávamos para jogar pedaços de giz na cabeça de quem passasse na calçada...
O Professor Tore Nils Olof Folmer Johnson (Tore Nils Olof Folmer Johnson - um Mestre), grande mestre para nós (vestibulandos) em Física, além de suas aulas excelentes, deu o valiosíssimo conselho: criança deseja, adulto quer.
O vestibular, que situação estranha. Fazer testes sem ter certeza de qual carreira seguir. Agora sei, depois de me aposentar, afinal quem naquela idade poderia saber o que era Engenharia, exceto filhos de engenheiros?
No curso em Itajubá, IEI e depois EFEI, agora UNIFEI (infelizmente), vivíamos entre aulas, reuniões de diretório e bagunça. O ano de 1964 permitiu um começo agitado e o curso criou desafios enormes, principalmente para quem resolveu casar no início de 1966.
Mestrado em Florianópolis em 1972 e uma carreira eminentemente técnica criaram uma preocupação permanente com a lógica, as leis da Natureza, a Matemática e a Física, e a admiração pelas grandes obras.
Os computadores foram aparecendo, primeiro os mamutes cheios de frescura, exigiam até ar condicionado, depois os PCs, agora um mundo de possibilidades impressionante e crescendo sempre.
Computadores, trabalho em ensaios de campo, comissionamento e avaliação de grandes instalações, estudos e análises de Sistemas de Potência etc. sempre justificaram o básico: as leis da Natureza não se alteram ao sabor de discursos e regras de economistas e advogados e na área das Ciências Exatas impõe-se estudar sempre e mais, afinal as exigências técnicas crescem.
O Brasil grande nasceu na década de sessenta e morreu nos anos oitenta, talvez mais pelo ufanismo e otimismo dos militares e as pressões maldosas de grandes grupos econômicos que geraram a falência de nosso país. Ao final da década de setenta já estávamos quebrados; não posso esquecer a declaração de um alto executivo da Siemens na Alemanha, quando participávamos de uma missão técnica na Alemanha, dizendo que nos recebiam por dever de ofício, mas, 1977, o Brasil estava quebrado e fora dos seus interesses comerciais. Um jornal inglês comparava o Brasil a um trem descendo sem freios.
Será que a história está se repetindo?
Temos agora um Brasil confuso e somos obrigados a ouvir declarações absurdas de grandes “autoridades” políticas mais preocupadas com o tempo de horário eleitoral do que com o futuro do Brasil e seu povo. Uma delas: fazer arenas, estádios, é simples (equipe de reportagem do Jornal Nacional, 2014). Graças a esse “simplismo” ganhamos acidentes vergonhosos nesses tempos “democráticos”.
Nossa esperança no início da década de oitenta era muito grande.
As comemorações dos trinta anos das Diretas Já, medíocres, não refletem nossa crença e esperança na Democracia quando o período militar fracassou.
Está muito claro atualmente que os piores herdeiros da República assumiram o processo democrático...
Duro é ver que até a Engenharia Nacional dá lugar (e informações) para a chinesa e outras. E o futuro do que a “Ditadura” criou de positivo? Vai para o Cassino Mundial? É desmontado em estratégias argentinas?
Não merecemos o império dos medíocres, ou ele é inevitável? Isso estará na Arqueologia do Saber do Brasil quando for escrita como o fruto da ignorância atual?  Até faz sentido, afinal o analfabetismo social e político no Brasil é imenso.

Cascaes
25.1.2014

Di Tullio. (20 de 08 de 2.006). Fonte: Meu Bazar de Ideias: http://santospassos.blogspot.com.br/2006/08/di-tullio.html
equipe de reportagem do Jornal Nacional. (23 de 1 de 2014). Dilma Rousseff afirma que construir estádios é relativamente simples. Fonte: Jornal Nacional: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/dilma-rousseff-afirma-que-construir-estadios-e-relativamente-simples.html
Tore Nils Olof Folmer Johnson - um Mestre. (s.d.). Fonte: bIFUSP: http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0301.html#bif0301-01