Um raio que parte o Brasil
Candidamente autoridades nacionais informam que o Brasil
escapou de um apagão maior (DEPETRI) porque o sistema
automático de alívio de carga, conservação de carga, load shedding, ERAC ou
seja lá qual for a denominação de plantão funcionou.
Ótimo e é verdade, ao que parece. Fenômenos dessa espécie
são similares a acidentes aéreos, é uma leviandade informar objetivamente o que
aconteceu de imediato. A mídia deve pensar que se trata de algo similar a tomar
um pileque e ficar bêbado.
É bom quando os gerentes resistem e se negam a dar
explicações mal analisadas, podemos ver a repetição de raios de Bauru tapeando
o povo.
O que, contudo, infelizmente já podemos afirmar é que
estamos em situação grave de risco de racionamento e apagões (Ilumina -
Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) porque usinas e
subestações grandes atrasaram, operaram mal os nossos reservatórios (Ilumina -
Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) , o Governo Federal
estimula o consumo baixando tarifas para empresas eletrointensivas e não
sustenta campanhas permanentes para racionalização do uso de energia (de
qualquer espécie), desmontou a Petrobras e a Eletrobras, criou um mercado persa
no setor elétrico, fragmentou empresas e concentrou demais atribuições em órgão
federais de operação e planejamento energético, etc.
Nesse caso de 4 de fevereiro de 2014 estranhamos o
desligamento de subestações importantes, cargas essenciais, falta de diálogo
com os consumidores. Qual foi o critério de eleição de cargas para desligamento
já no primeiro estágio do ERAC (suponho que essa seja a sigla de plantão)?
Nossos governantes confundiram autoridade com
arbitrariedade. O modelo cubano contamina o Brasil. O estilo argentino também;
criou a famigerada (mais uma vez no Brasil) lógica suicida de congelamento de
tarifas e deslocamento para o futuro de custos e confissões de fracassos.
Estamos bem de paradigmas e estratégias de combate à inflação...
Infelizmente as corporações patronais fogem de análises sérias,
afinal parecem ser comandadas por beneficiários do modelo anárquico e
irresponsável que domina o Brasil em todos os serviços essenciais. Outras corporações
preferem as benesses da rotina, taxas sindicais e verbas federais.
Raio em linha de extra-alta tensão, para derrubá-la deve ser
parrudo, dos maiores. Esses circuitos devem ser feitos para resistir a
descargas altíssimas e raras. Para isso temos técnicas consagradas de blindagem
e aterramento, além dos para raios e sistemas de previsão e rastreamento de
tempestades, em condições de alertar os operadores do SIN (O que é o
SIN - Sistema Interligado Nacional) para reduzirem
carregamentos perigosos. O ONS falhou ou não entenderam suas ordens? Não
monitoram o SIN?
Apagões de grande magnitude, ainda que de curta duração,
causam prejuízos enormes, acidentes, transtornos que em países sérios geram
processos enormes e indenizações e punições de curto, médio e longo prazo. E no
Brasil? Vai para a famigerada conta “modicidade tarifária”? Mais propaganda
para amansar os críticos?
Parece que nosso povo foi gradativamente neutralizado,
entorpecido, desligado da tomada da cidadania. É feio ser antipático,
grosseiro. Todos nós devemos adotar comportamentos de “paz e amor”. Maravilha se
não estivéssemos tão longe do que deveríamos ser e ter (Cascaes) .
O que acontece no Brasil sempre dá lucros à Corte e seus
patrocinadores confidenciais, a plebe paga a conta.
Cascaes
5.2.2014
(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento
Estratégico do Setor Elétrico:
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais:
http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
DEPETRI. (s.d.). O BODE RUSSO. Fonte: DEPETRI -
CRÔNICAS & ARTIGOS:
http://depetri-crnicas.blogspot.com.br/2010/12/o-bode-russo.html
O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional. (s.d.). Fonte: ONS:
http://www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.aspx
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