Curitiba e Cuiabá – planejamento
urbano e a Copa do Mundo
Dificilmente a capital do estado
do Mato grosso terminará seus projetos em tempo para a Copa do mundo de 2013.
Isso é secundário. A cidade está implementando um processo de transformação
extraordinário que a tornará um exemplo excelente de soluções viárias e de
transporte coletivo urbano, sem falar na Arena do Pantanal, junto a um estádio
coberto e com espaço e localização adequados.
Os mato-grossenses souberam usar
o momento para fazer o que precisavam, e não simplesmente agradar cartolas da
FIFA. Com poucos jogos e um estádio gigantesco precisariam pensar no após
campeonato, e o fizeram com inteligência. Acusações de mau uso do dinheiro
existem, é assunto para os Tribunais de Conta e o Poder Judiciário. Essa é a
rotina no Brasil. O que se destaca, contudo, é a inteligência dos urbanistas e
engenheiros, sabendo aproveitar a topografia e espaços urbanos existentes,
criando uma situação que alavancará a cidade de forma saudável.
Já em Curitiba começaram errado
ao definir o estádio da Baixada para o evento. Será um pesadelo viário e está
custando caro. Desmancharam um estádio recém-concluído para fazer outro cheio
de barreiras.
O famoso metrô de Curitiba,
definido no joelho, será uma obra terrível se realizada agora. Não criaram um sistema
para esvaziar as canaletas.
Pode-se, contudo, deixar o metrô
para análises melhores e em prazo razoável transferir os ônibus para as “vias
rápidas”. Nelas existe espaço para canaletas junto ao lado esquerdo (a favor do
fluxo) e com isso a liberação das atuais canaletas para ciclovias, calçadas,
jardinetes etc.
Infelizmente a terceira pista do
aeroporto Afonso Penna não estará pronta tão cedo. O lobby das empresas de
aviação é forte, não querem outros terminais internacionais. Essa é a
impressão, talvez as razões sejam outras menos técnicas...
Assim perdemos oportunidades em
Curitiba, vendo cidades como o Rio de Janeiro e Cuiabá, para ficar só nessas
duas, ganhando uma infinidade de obras importantes.
Precisamos de prefeitos e
governadores que tenham competência para entender nossas cidades. É fácil
perceber quando esta condição não existe. A incoerência de obras, canteiros,
projetos, sistemas etc. demonstram um tremendo desperdício de dinheiro, ainda
que tudo feito com a maior honestidade possível.
Precisamos de competência
técnica, quando? Onde?
Cascaes
25.2.2013