sábado, 16 de fevereiro de 2013

Fiscalização e utilização de leituristas, carteiros, pessoal de faxina, motoristas etc.


Potencial de fiscalização inexplorado
Caminhar é bom, saudável e estimulante na análise das cidades. Andando sentimos suas belezas e defeitos, às vezes de forma desagradável. Pode se transformar em processo angustiante quando vamos descobrindo imperfeições desnecessárias e permanentes. O caso mais grave é o desprezo de grandes empresas pela população, realizando serviços ruins ou abusando de seus “direitos” de utilização de espaços públicos.
Se tivermos algum treino em relação ao que deve existir, será fácil descobrir detalhes que estão fora de normas, leis e conveniências sociais.  Podemos ser bons fiscais, ainda que carentes de apoio para questões mais delicadas.
As diversas concessionárias que atuam numa cidade mantêm milhares de profissionais em trânsito, desde a leitura de instrumentos até a direção de veículos de grande porte. Em suas atividades tornam-se mestres no que os atrapalha. Conversando com eles podemos descobrir coisas que nem os melhores engenheiros das concessionárias talvez saibam.
Ou seja, existe um ou mais exércitos de fiscais que não são usados.
Nossos prefeitos, querendo, poderiam, negociando com sindicatos e/ou os concessionários, aproveitar o trabalho de entregadores de correspondência, policiais, motoristas etc., enfim, de todos aqueles que trabalham regularmente andando de casa em casa, rua a rua, num acordo de registro de sinais de degradação de serviços, calçadas, abrigos, terrenos...
Em Curitiba, por exemplo, muitos deles podem usar o transporte coletivo urbano sem pagar passagens, que tal cobrar em contrapartida a prestação de algum serviço adicional para o qual seriam treinados, incutindo nessas pessoas, inclusive, um espírito de cidadania de que carecemos?
O trabalho pode ser simplificado com gravadores de imagens e sons sincronizados com balizas eletrônicas e sistemas de leitura e análise “inteligentes”.
Empreendedores em tecnologia teriam uma grande oportunidade de racionalizar serviços como quase o fizemos em 1988. Na URBS chegamos a comprar unidades de aquisição de dados para vigilância de ônibus. Infelizmente, por razões que só Deus sabe tudo foi abandonado.
Associando aparelhos, começando com simples fichas para preenchimento semanal e manual até a especificação e aquisição de aparelhos dedicados, há como criar uma tremenda estratégia de monitoramento da cidade.
Ou seja, rapidamente, em poucos meses, a Prefeitura teria em mãos relatórios de extremo valor, algo muito melhor do que a utilização exclusiva de “cal centers” que dependem da boa vontade da população para realização dos seus serviços.
Obviamente isso não exclui a responsabilidade do cidadão comum que, querendo, poderá ajudar muito no aprimoramento da vida urbana (usando os sistemas existentes de registro de ocorrências). Vimos, por exemplo, reportagens pedindo que denunciem pichações, pontos de drogas e outras coisas desse gênero. É o controle da delinquência.
Podemos também insistir na ação de vigilância de comportamentos antissociais menos agressivos, na desatenção das próprias concessionárias e tudo o que faz de uma cidade boa ou má. É só querer.

Cascaes
16.2.2013

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