A
sobrevivência da Humanidade e as cidades
Fenômenos
climáticos violentíssimos chamam a atenção para possíveis efeitos da Humanidade
sobre o clima; a violência na mobilidade urbana assusta; montanhas de lixo e a
poluição apavoram; a miséria é um pesadelo; a miopia de nossas autoridades
irrita os nossos olhos e ouvidos...
O
noticiário diariamente lembra a todos nós que estamos longe da sociedade ideal.
As
dificuldades são, entretanto, um estímulo à criatividade e inovações, inclusive
abandonando o que até recentemente era a quinta essência do prazer existencial,
e voltando a métodos mais antigos de mobilidade urbana para exemplificar e tema
de tantos estudos e interesses. Podemos muito, tudo depende da capacidade dos
seres humanos; assim como destruir é rotina, talvez reconstruir seja a meta
real e necessária a ser assumida com convicção pelas próximas gerações.
Perigosamente,
contudo, os lobbies industriais pesam muito. Trilhões de dólares estão em jogo,
assim a discussão na mídia comercial geralmente transita em torno de propostas
suntuosas típicas desses países mais ricos (inclusive falseando ou errando
números e parâmetros importantíssimos), esquecendo coisas mais simples como
simplesmente caminhar e usar bicicletas. Para isso o que precisamos é educar e
ajustar cidade, ruas, calçadas e até estradas aos pedestres e ciclistas.
Em
tempo, caminhar e usar bicicletas são processos que não pagam royalties ou se o
fazem é muito pouco nem criam dependências tecnológicas severas.
Felizmente
temos exemplos sensacionais que colecionamos em nossas viagens (Cascaes, Lugares Preciosos) , com destaque para a
Colômbia, um país sul-americano, portanto fora do eixo do chope alemão e do
vinho francês. Lá vimos em Bogotá, Zipaquirá e Cartagena de Las Índias (Cascaes,
Fotografias em Cartagenas de las Indias, Bogotá e Zipaquira ) cuidados que
esquecemos, mas que demonstram o vigor da inteligência humana, sempre que a
competência técnica se alia ao poder político para o aprimoramento de decisões
gerenciais.
Urbanismo e serviços essenciais (Cascaes,
Serviços Essenciais) são temas que afetam profundamente a
vida de todos nós. As cidades são o nosso ambiente de vida social e graças às
transformações permanentes e surpreendentes de padrões de usos e consumos
contêm desafios imensos; talvez a conclusão mais importante seja a necessidade
de um processo de reurbanização [ (Cascaes, Brasil 2050) , (Cascaes, Reurbanização Inclusiva) ] radical, se os
cidadãos e cidadãs quiserem viver em ambientes saudáveis, seguros e prazerosos.
Essa
foi uma ponderação feita entre brindes e comemorações com o Arquiteto Antenor
Pinheiro, excelente companhia no Seminário Intermunicipal Camboriú e Balneário
de Camboriú de Mobilidade Urbana realizado no Instituto Federal Catarinense em
Camboriú, realizado por esta entidade e a Associação de Ciclismo de Balneário
Camboriú e Camboriú (www.acbc.com) e
foco sutil da palestra (conforme nosso entendimento) do Presidente da Comissão
Técnica de Bicicleta da ANTP, Arquiteto Antenor Pinheiro (Bicicleta, ética e urbanismo - um olhar sobre a crise da mobilidade -
Antenor Pinheiro - ANTP , 2013) .
Maravilhosamente
começamos a ganhar conceitos de extremo valor, tais como o de “acalmar o centro
das cidades” apresentado em detalhes pelo Arquiteto Antonio Carlos da Mattos
Miranda no “1 Seminário de Tecnologia e Acessibilidade” e reafirmada no “Seminário
Intermunicipal Camboriú e Balneário de Camboriú de Mobilidade Urbana” [(Miranda, 2013) , (Miranda, A mobilidade ciclística como fator de melhoria da qualidade de
vida urbana e as ações e projetos para aumentá-la , 2013) ].
Viver
em cidades estressadas é um pesadelo com prejuízos à saúde física e mental de
todos nós.
Por
muitas razões a Humanidade precisa rever com urgência estratégias de vida e
desenvolvimento, sob pena de até desaparecer em meio à fumaça e ferros de seus
veículos e máquinas (Cascaes, Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente) .
Nesse
contexto, além de formas de planejamento e operação das cidades precisamos
rever serviços essenciais, entre eles o transporte coletivo urbano (Cascaes, O
Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia A opção pelo transporte
coletivo urbano )
e a vida mais simples e direta a pé simplesmente (Cascaes, Cidade do Pedestre) .
Os
serviços, projetos, processos de operação e manutenção, direitos e deveres das
concessionárias são fundamentais (Cascaes) à vida em geral,
mais ainda nas megalópoles que se formam, verdadeiras monstrópoles quando mal
gerenciadas, precisam de aprimoramentos constantes, desde critérios de
utilização até o de tarifação, operação, manutenção, planejamento, financiamento,
novas tecnologias e padrões. Nada pior, por exemplo, do que simplesmente
raciocinar em minimizar tarifas como infelizmente acontece para viabilização de
usos e costumes inadequados. Não deve
ser tarefa para pessoas isoladas ou de formação restrita e seus amados
tribunais e conselhos profissionais julgar projetos e contratos.
Precisamos
sempre lembrar que as atividades das empresas que cuidam de serviços e produtos
essenciais estão sujeitas a leis e decretos que o povo estabelece, pelo menos
teoricamente, podendo, portanto, os contratos e editais de outorga de
concessões serem produzidos principalmente para escaparem à frieza de grupos
econômicos indiferentes à sorte de seus clientes.
O
pesadelo urbano no Brasil é causado, entre outras “coisas”, pela redução dos
preços dos combustíveis (demagogia?) e dos automóveis; como enfrentar essa
avalanche motorizada agravada violentamente pelas motocicletas se as ruas não
são elásticas e os pedestres nem sempre atletas perfeitos?
O
seminário realizado no belíssimo campus do Instituto Federal Catarinense tratou
dessa questão imaginando alternativas e restrições, serão suficientes?
Antes
de tudo é fundamental a educação e evolução de nosso povo. Todas as técnicas
possíveis e imagináveis serão ineficazes se não forem aceitas (por bem ou por
mal) pelo povo.
A
indigência técnica e de análise é um espanto e quem decide não mede
consequências.
Um
exemplo que merece reflexões é o das “lombadas eletrônicas”. Graças a usos
inadequados os contratos em Curitiba, exemplificando, foram suspensos e
anulados. Quantas pessoas perderam a vida ou ficaram com sequelas graves de
acidentes por efeito da ausência de vigilância? Que padrões de serviços teremos
se a lógica dominante for a de atribuir contratos a empresas que oferecerem os
serviços e produtos de menor custo, ainda que aleguem respeitar contratos? Quem
e que empresas de auditorias técnicas estarão preparadas para auditar serviços
complexos?
Com
certeza é fundamental a educação ética e a valorização de vocações em cursos e
escolas, se não que profissionais teremos (Cascaes, A formação do Engenheiro
e ser Engenheiro) ?
Vivemos
num ambiente de alienação e confusão na área de Engenharia, principalmente,
diante da valorização excessiva de diplomas e do esquecimento da qualidade real
do trabalho de bons profissionais e empresas. O fundamental é pagar e respeitar
carimbos.
A
precariedade das fiscalizações e a infinidade de selos holográficos com
assinaturas extravagantes dando a ilusão de qualidade assustam... A corrupção
caminha sem dificuldades nesses ambientes. Quanto maior a burocracia, mais
fácil encontrar quem aceite ganhar pelas facilidades. Os escândalos recentes, os
grandes, demonstram inequivocamente que algo está errado em nossa organização
institucional e educacional.
Estamos
numa época de escravização de profissionais, robotização e tentativa de
alienação cultural. Fruto da pior espécie de política e formas de gerenciamento
pagamos caro por essa estratégia equivocada de controle. Em países com tremenda
vocação legiferante [ (ALESSANDRA DUARTE, 2011) , (Azevedo, 2011) , (Cascaes, As leis que estimulam o respeito aos ODM seriam para inglês
ver? Acessibilidade é utopia? Inclusão no Brasil existe?l) , (Rodrigues, 2002) ] não existe limite para mais e mais
degraus caríssimos para quem quer trabalhar honestamente. No Brasil impera a
odiosa frase: o Governo paga (esquecendo que o dinheiro é do contribuinte e/ou
do usuário).
O pior
cenário é reservado para quem quer empreender, trabalhar.
Os
assalariados, por sua vez, devem receber salários ridículos (exceto em poderes
soberanos e no futebol) na prensa da competição. Sentimos que o exercício de determinadas
profissões se degrada com alto risco para a população em geral.
Os
beneficiários da anarquia técnica aplaudem o ambiente nacional (vide área
energética e de telecomunicações), propício a toda espécie de golpes, desde que
bem elaborados.
O mais
notável na estratégia da corrupção é a obediência radical ao formalismo de
processos e procedimentos, mesmo sabendo que assim fazendo estarão prejudicando
seus clientes e o povo em geral. Nos tribunais nacionais a jurisprudência e a
habilidade de boas bancas de advogados liberam criminosos de qualquer espécie,
desde que suficientemente ricos e poderosos, algo facilitado a empresas que
souberam carimbar seus processos.
Na
pátria do compadrismo e da corrupção, de lógicas tribais, levar vantagem em
tudo parece ser a regra.
O
pesadelo é imenso, pois somos habitantes de um território tropical em sua maior
parte e quando há indícios fortes de elevação de temperatura global, ou seja,
sujeitos a fenômenos meteorológicos violentos e piores do que os registrados
nas últimas décadas (os fenômenos da Natureza são, de modo geral, cíclicos),
devemos pensar seriamente na sobrevivência de todos, principalmente daqueles
que não podem fugir para lugares seguros.
Nessa
imensa máquina térmica as lógicas de planejamento, construção, operação e
segurança merecem muita inteligência e visão holística de nossas ciências
ocultas, discretas, protegidas, públicas, acadêmicas, formais, religiosas,
ideológicas, caseiras, mundanas etc.
Todo o
conhecimento humano não é muito para os próximos desafios. Neste cenário temos
vícios comportamentais perigosos.
O
corporativismo é um pesadelo e a comercialização radical do conhecimento humano
algo temerário quando, como é o caso agora e sempre, precisamos de tudo para
sobreviver.
Aos
poucos os cientistas modernos, graças a processos de análise mais sinceros,
percebem que no passado tivemos tremendas catástrofes com uma frequência muito
maior do que imaginávamos. Na realidade qualquer aposentado com tempo e
disposição para acompanhar reportagens científicas recentes deve sentir que o
que os livros de papel (Cascaes,
Ensino e literatura século 21) trazem é sempre um
conjunto superado de conhecimentos. Maravilhosamente o conhecimento humano
dispara sem pit-stop e a Tecnologia viabiliza processos de investigação
infinitamente mais precisos do que tínhamos há poucas décadas.
A
dúvida maior é em relação ao comportamento humano. Será ideológico, selvagem,
que tipo de ética surgirá no século 21? Será dominante? Por enquanto as
teocracias metafísicas, políticas, primárias, enfim, dão indicativos de virem a
imperar. A ética melhor a favor da Humanidade, qual será (Cascaes,
Livros e Filmes Especiais) ?
E o
Seminário Intermunicipal Camboriú e Balneário de Camboriú de Mobilidade Urbana?
Nele
revimos análises que nos preocupam. As cidades têm limites. Os políticos,
reféns de maiorias atuantes e poderosas decidem sem noção precisa de quanto
erram. Nosso povo desconhece problemas, até de vizinhança com polos violentos
de degradação ambiental, como parece ser o caso de Camboriú, a jusante de
plantações de arroz, onde os agrotóxicos são usados em águas que depois vão
para o pequeno rio que passa pela cidade. No Paraná tivemos o caso da poluição
por resíduos de minério de chumbo em Adrianópolis, um bom exemplo dos cuidados
e prevenção de tragédias silenciosas. Aliás, os rios paranaenses merecem
estudos e maior transparência ao que se descobre em suas águas...
Águas
ruins, cidades piores. O que assusta, contudo, é a aceitação tácita de
carnificina em nossas ruas e estradas, até quando?
A
palestra (Bicicleta, ética e urbanismo - um olhar sobre a
crise da mobilidade - Antenor Pinheiro - ANTP , 2013) assim como todas as
outras no Seminário Intermunicipal Camboriú e os artigos contidos no livro (Brasil Não Morizado, 2013) dão uma excelente
visão do estado da arte em ciclomobilidade e urbanismo.
Na
análise do “Seminário Intermunicipal Camboriú e Balneário de Camboriú de
Mobilidade Urbana” que acompanhamos o que nos surpreendeu, entretanto, foi a
omissão do pesadelo de idosos e pessoas com deficiência que precisam conviver
com ciclistas e outros em ruas e calçadas. O destaque foi saber de viva voz o
que o Instituto Federal Catarinense mantém a favor das pessoas com deficiência
visual ou cegas: o treinamento de instrutores para utilização de “cães guia” (Cascaes, A
pessoa com Deficiência Visual ) . Valeu!
Esperamos
que no dia 3 de dezembro as associações e políticos engajados na defesa das
pessoas com deficiência promovam seminários, experiências e manifestações a
favor da inclusão universal e do respeito a seus direitos (Cascaes,
Direitos das Pessoas com Deficiência) .
Cascaes
11.11.2013
ALESSANDRA DUARTE, C. O. (18 de 6 de 2011). Brasil
faz 18 leis por dia, e a maioria vai para o lixo. Fonte: O GLOBO Política:
http://oglobo.globo.com/politica/brasil-faz-18-leis-por-dia-a-maioria-vai-para-lixo-2873389
André G. Soares, R. R. (2013). Brasil Não Morizado.
Curitiba: LaBemol.
Azevedo, R. (25 de 9 de 2011). Atenção, leitores!
Eles criam 1.150 leis por dia para infernizar a nossa vida e nos tornar mais
improdutivos menos felizes, mais pobres e menos inteligentes . Fonte: Veja
- Blogs e Colunistas:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/atencao-leitores-eles-criam-1150-leis-por-dia-para-infernizar-a-nossa-vida-e-nos-tornar-mais-improdutivos-menos-felizes-mais-pobres-e-menos-inteligentes/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais:
http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Reurbanização Inclusiva:
http://reurbanizacao-inclusiva.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Brasil 2050:
http://brasil-2050.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro
e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Direitos das Pessoas com
Deficiência: http://direitodaspessoasdeficientes.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A pessoa com Deficiência
Visual : http://deficiente-visual-vida-e-luta.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: O Transporte Coletivo
Urbano - Visões e Tecnologia A opção pelo transporte coletivo urbano :
http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Cidade do Pedestre:
http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Lugares Preciosos:
http://lugares-preciosos.blogspot.com.br
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Mirante da
Sustentabilidade e Meio Ambiente: http://mirantedefesacivil.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Ensino e literatura
século 21: http://ensino-e-literatura.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes
Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). As leis que estimulam o
respeito aos ODM seriam para inglês ver? Acessibilidade é utopia? Inclusão no
Brasil existe?l. Fonte: Ações ODM em Curitiba e RMC Registrar atividades
relativas aos Objetivos do Milênio na cidade de Curitiba e s: http://odmcuritiba.blogspot.com.br/2013/06/as-leis-que-estimulam-o-respeito-aos.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Fotografias em Cartagenas de
las Indias, Bogotá e Zipaquira . Fonte: Lugares Preciosos:
http://lugares-preciosos.blogspot.com.br/2010/10/fotografias-em-cartagenas-de-las-indias.html
Miranda, A. (7 de 11 de 2013). A mobilidade
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projetos para aumentá-la . Fonte: Bike Way by the World :
http://worldbikeway.blogspot.com.br/2013/11/blog-post.html
Miranda, A. (16 de 10 de 2013). Inovação para a
Ciclomobilidade . Fonte: Educação e Tecnologia Assistiva - Inovação e
Dignidade - Autonomia :
http://ta-inovacao-dignidade-autonomia.blogspot.com.br/2013/10/inovacao-para-ciclomobilidade.html
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Fonte:
Bike Way by the World:
http://worldbikeway.blogspot.com.br/2013/11/bicicleta-etica-e-urbanismo-um-olhar.html
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http://jus.com.br/revista/texto/3477/a-inutilidade-das-leis-em-demasia