domingo, 28 de junho de 2015

Qualidade e confiabilidade - a ignorância e burocracia a favor da insegurança de todos




Eletrodomésticos e a pessoa idosa, com deficiência, debilitada e comum

O pessoal dedicado à Engenharia de Segurança, Design, Arquitetura etc. faz uma falta tremenda na vigilância a favor das pessoas com restrições motoras, sensoriais, intelectuais e uma combinação aleatória ou permanente dessas características do ser humano mais e mais protegido pelos serviços de saúde e abandonado por profissionais, projetistas, empresários e políticos na construção e manutenção do ambiente interno às casas.
Vemos estatísticas que levam autoridades, jornalistas e marqueteiros a dizerem o óbvio ululante mas, provavelmente por falta de bons trabalhos acadêmicos, profissionais e de especialistas acessíveis a todos nas redes sociais e ambientes universais (o problema não é exclusivo do Brasil) ficam sem bases para uma visão crítica do que existe.
No Brasil, agravando tudo isso, a ABNT é uma entidade privada que cobra com rigor as cópias de suas normas, com algumas exceções conquistadas na Justiça. Nos órgãos dedicados a reclamações a burocracia e o tempo necessário para qualquer queixa inviabilizam denúncias sobre lâmpadas, por exemplo, que não respeitam as exigências de definições técnicas.
O custo financeiro, processual e o formalismo imperante no Brasil, sem esquecer o corporativismo, vão transformando o Brasil num cenário tecnicamente caótico, apesar das inúmeras leis, decretos, portarias, regulamentos, normas e alguns estatutos importantíssimos.
A ignorância técnica e o desânimo condenam nosso povo a viver em um ambiente paradoxal em que situações ultramodernas e até compatíveis com os Direitos Humanos convivem com equipamentos, instalações, cidades e residências medievais.
Nosso desafio é descobrir uma forma de cobrança de seriedade empresarial (fabricantes, construtores, equipes de manutenção e fiscalização, fazedores de padrões etc.) e política para a regularização e segurança de todos.
Em uma época em que todos sentem o peso da crise econômica (também por efeito da tremenda irresponsabilidade daqueles que decidiam e sabiam que isso aconteceria) a revisão, reconstrução, substituição e o rigor técnico a favor da segurança gerariam em curto prazo uma quantidade excepcional de postos de trabalho.
No “nosso” país o que falta é qualidade, atenção para a confiabilidade, o preço justo, a vontade de fazer as coisas funcionarem na justa medida das necessidades de quem paga por apartamentos, eletrodomésticos, móveis, equipamentos elétricos, instalações hidráulicas e tudo o mais que afeta a nossa vida.
Não podemos esquecer também que a carga tributária é gigantesca assim como tarifas de serviços públicos. Podemos exigir qualidade, basta haver atenção para o que é necessário para a nossa vida saudável e produtiva, lazer, dignidade.
O que vemos em nossas cidades e lares é repugnante quando podemos entender de quem é a responsabilidade pela degradação evitável e a agressão que sofremos simplesmente andando pela cidade.

Cascaes
28.6.2015


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