Eletrodomésticos e a pessoa idosa, com deficiência,
debilitada e comum
O pessoal dedicado à Engenharia de Segurança, Design,
Arquitetura etc. faz uma falta tremenda na vigilância a favor das pessoas com
restrições motoras, sensoriais, intelectuais e uma combinação aleatória ou
permanente dessas características do ser humano mais e mais protegido pelos
serviços de saúde e abandonado por profissionais, projetistas, empresários e
políticos na construção e manutenção do ambiente interno às casas.
Vemos estatísticas que levam autoridades, jornalistas e
marqueteiros a dizerem o óbvio ululante mas, provavelmente por falta de bons
trabalhos acadêmicos, profissionais e de especialistas acessíveis a todos nas
redes sociais e ambientes universais (o problema não é exclusivo do Brasil)
ficam sem bases para uma visão crítica do que existe.
No Brasil, agravando tudo isso, a ABNT é uma entidade
privada que cobra com rigor as cópias de suas normas, com algumas exceções
conquistadas na Justiça. Nos órgãos dedicados a reclamações a burocracia e o tempo
necessário para qualquer queixa inviabilizam denúncias sobre lâmpadas, por
exemplo, que não respeitam as exigências de definições técnicas.
O custo financeiro, processual e o formalismo imperante no
Brasil, sem esquecer o corporativismo, vão transformando o Brasil num cenário
tecnicamente caótico, apesar das inúmeras leis, decretos, portarias,
regulamentos, normas e alguns estatutos importantíssimos.
A ignorância técnica e o desânimo condenam nosso povo a
viver em um ambiente paradoxal em que situações ultramodernas e até compatíveis
com os Direitos Humanos convivem com equipamentos, instalações, cidades e
residências medievais.
Nosso desafio é descobrir uma forma de cobrança de seriedade
empresarial (fabricantes, construtores, equipes de manutenção e fiscalização,
fazedores de padrões etc.) e política para a regularização e segurança de
todos.
Em uma época em que todos sentem o peso da crise econômica
(também por efeito da tremenda irresponsabilidade daqueles que decidiam e sabiam
que isso aconteceria) a revisão, reconstrução, substituição e o rigor técnico a
favor da segurança gerariam em curto prazo uma quantidade excepcional de postos
de trabalho.
No “nosso” país o que falta é qualidade, atenção para a
confiabilidade, o preço justo, a vontade de fazer as coisas funcionarem na
justa medida das necessidades de quem paga por apartamentos, eletrodomésticos,
móveis, equipamentos elétricos, instalações hidráulicas e tudo o mais que afeta
a nossa vida.
Não podemos esquecer também que a carga tributária é
gigantesca assim como tarifas de serviços públicos. Podemos exigir qualidade,
basta haver atenção para o que é necessário para a nossa vida saudável e
produtiva, lazer, dignidade.
O que vemos em nossas cidades e lares é repugnante quando
podemos entender de quem é a responsabilidade pela degradação evitável e a
agressão que sofremos simplesmente andando pela cidade.
Cascaes
28.6.2015
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