Tudo pode ser resumido a modismos, emoções e prioridades
oportunistas. Nessa equação o pedestre perde de 7 a 1 no Brasil. Raras são as
comunidades conscientes da importância de fazê-las, mantê-las e protegê-las
corretamente a favor do cidadão mais ecológico, preservacionista, preocupado
com a Natureza e aquele que não pode, não tem condições de se deslocar de outra
maneira, o pedestre.
Atropelamentos, quedas, lesões de toda espécie acontecem por
não existir respeito ao cidadão caminhante. Talvez a mídia excessiva a favor
dos automóveis seja a principal causa desse “desconforto”, mas podemos também
acreditar na deseducação e ignorância em geral.
Os passeios que aos poucos ganham ciclistas, skatistas, carrinheiros,
carros de transporte de bebidas e até caminhões pesados em ruas para pedestres
precisam ter superfície, base, sub-base e detalhes projetados em função da
utilização que deverão ter. Infelizmente ainda vivemos a cultura criada há
décadas passadas quando poucos veículos transitavam pelas cidades e todos
conviviam com relativa tolerância e segurança.
No Brasil temos um processo de urbanização acelerada e de verticalização
está criando grandes concentrações humanas precisando de todos os serviços
essenciais e dependendo de trajetos curtos, médios e longos de calçadas,
principalmente quando não podem usar automóveis para ir até à padaria da
esquina, algo absurdo mas eventualmente necessário por questões de segurança e
acessibilidade.
Aproveitando um exemplo local
(Curitiba), vemos a defesa do aspecto artístico das calçadas de Curitiba, algo
para ser visto do alto, pois andando precisamos desviar de árvores, postes,
lixeiras, carrinhos, bicicletas, buracos, caminhões e automóveis estacionados,
poças d’água, canteiros, pedras soltas etc. e não escorregar em trechos mal
feitos, tropeçar e deslizar em paralelepípedos, lajotas e pedrinhas irregulares
de baixíssimo coeficiente de atrito e outras características técnicas
necessárias e possíveis se comparadas a elementos de passeios feitos para a
segurança do pedestre [ (1) , (2) ]. O desprezo ao
pedestre em Curitiba chega a ser inacreditável, não fosse pura realidade
visível e sensível para quem é obrigado a usar os passeios ladeando ruas que
chegam a ser pistas de quase corridas rente às calçadas. Vale registrar que na
maioria dos casos seria suficiente notificar e até multar os responsáveis pelas
calçadas e as concessionárias que as utilizam sem rigor técnico; o que inibe a
PMC? Responsabilizar os proprietários de imóveis é correto? As empresas
públicas e privadas que usam as calçadas têm liberdade para pôr e dispor desses
espaços? Os padrões curitibanos devem se submeter a critérios artísticos?
Ou seja, quais devem ser os padrões? Quem paga e cuida das
calçadas (critérios)? As cidades brasileiras têm coordenação de passeios e
concessionárias?
O que pode ser aprimorado?
Cascaes
Curitiba, 4 de junho de 2015
1. Cascaes, João Carlos. Cidade do Pedestre.
[Online] http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/.
2. cascaes, João
Carlos. Tecnologia e pedestres. [Online]
http://tecnologia-e-pedestres.blogspot.com.br/.
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