sexta-feira, 5 de junho de 2015

Calçadas – a importância e o desprezo ao pedestre - um circuito que merece padrões técnicos



Calçadas – a importância e o desprezo ao pedestre
Tudo pode ser resumido a modismos, emoções e prioridades oportunistas. Nessa equação o pedestre perde de 7 a 1 no Brasil. Raras são as comunidades conscientes da importância de fazê-las, mantê-las e protegê-las corretamente a favor do cidadão mais ecológico, preservacionista, preocupado com a Natureza e aquele que não pode, não tem condições de se deslocar de outra maneira, o pedestre.
Atropelamentos, quedas, lesões de toda espécie acontecem por não existir respeito ao cidadão caminhante. Talvez a mídia excessiva a favor dos automóveis seja a principal causa desse “desconforto”, mas podemos também acreditar na deseducação e ignorância em geral.
Os passeios que aos poucos ganham ciclistas, skatistas, carrinheiros, carros de transporte de bebidas e até caminhões pesados em ruas para pedestres precisam ter superfície, base, sub-base e detalhes projetados em função da utilização que deverão ter. Infelizmente ainda vivemos a cultura criada há décadas passadas quando poucos veículos transitavam pelas cidades e todos conviviam com relativa tolerância e segurança.
No Brasil temos um processo de urbanização acelerada e de verticalização está criando grandes concentrações humanas precisando de todos os serviços essenciais e dependendo de trajetos curtos, médios e longos de calçadas, principalmente quando não podem usar automóveis para ir até à padaria da esquina, algo absurdo mas eventualmente necessário por questões de segurança e acessibilidade.
Aproveitando um exemplo local (Curitiba), vemos a defesa do aspecto artístico das calçadas de Curitiba, algo para ser visto do alto, pois andando precisamos desviar de árvores, postes, lixeiras, carrinhos, bicicletas, buracos, caminhões e automóveis estacionados, poças d’água, canteiros, pedras soltas etc. e não escorregar em trechos mal feitos, tropeçar e deslizar em paralelepípedos, lajotas e pedrinhas irregulares de baixíssimo coeficiente de atrito e outras características técnicas necessárias e possíveis se comparadas a elementos de passeios feitos para a segurança do pedestre [ (1), (2)]. O desprezo ao pedestre em Curitiba chega a ser inacreditável, não fosse pura realidade visível e sensível para quem é obrigado a usar os passeios ladeando ruas que chegam a ser pistas de quase corridas rente às calçadas. Vale registrar que na maioria dos casos seria suficiente notificar e até multar os responsáveis pelas calçadas e as concessionárias que as utilizam sem rigor técnico; o que inibe a PMC? Responsabilizar os proprietários de imóveis é correto? As empresas públicas e privadas que usam as calçadas têm liberdade para pôr e dispor desses espaços? Os padrões curitibanos devem se submeter a critérios artísticos?
Ou seja, quais devem ser os padrões? Quem paga e cuida das calçadas (critérios)? As cidades brasileiras têm coordenação de passeios e concessionárias?
O que pode ser aprimorado?

Cascaes
Curitiba, 4 de junho de 2015
1. Cascaes, João Carlos. Cidade do Pedestre. [Online] http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/.
2. cascaes, João Carlos. Tecnologia e pedestres. [Online] http://tecnologia-e-pedestres.blogspot.com.br/.


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