Turismo Técnico
O desafio do século 21 será aprender sempre e estar na ponta
da arte profissional escolhida além de conhecer e entender inovações em defesa
da vida e tudo o que dela decorre em nosso planeta cada vez menor.
O turismo é a grande indústria sem chaminés, poderá ser
muito mais, ou seja, um instrumento de aprendizado e intercâmbio de
conhecimentos a favor de todos.
Desafiamos empreendedores de lazer a associarem a passeios lúdicos [1] e despreocupados momentos
curtos ou até longos de visitas técnicas a instalações inovadoras nos lugares
selecionados para o turismo quase inútil. Diante de responsabilidades sempre
presentes, pelo menos em relação àqueles nos admiram, talvez tenhamos
necessidade de aprender mais um pouco, ainda que dividindo tempo com grupos de
turistas menos compromissados, normalmente mais atentos a lugares comuns onde
poderão tirar fotografias padrão “eu estou aqui”, algo que se aprimorou e
ganhou o estilo selfie.
Navegando pelo mundo nos mares da WEB podemos ter uma prévia
de imagens, sons, textos e contatos passíveis de programação de visitas e
agentes de turismo especializados saberão materializar contratos de visita
especializados que, naturalmente, deverão interessar a grupos eventuais.
Algo inesquecível nos anos setenta era ver saindo de aviões
batalhões de japoneses escondidos atrás de máquinas fotográficas. A revista
Photo [2] mostrava gincanas de
fotografia no Japão; só não dizia quanto aprenderam e souberam desenvolver em
suas atividades profissionais sabendo usar magistralmente o que registravam.
Antes disso vale lembrar o resultado das viagens de caravanas e barcos de toda
espécie dos mercadores e esquadras guerreiras espalhando no mundo antigo artes
e ofícios que mudaram a história da Humanidade.
Pessoas curiosas, arquivistas, escritoras, artistas,
empreendedoras e criativas sempre criaram história e fazem a diferença.
E agora?
O que é fundamental é a compreensão de que a Humanidade
precisa formar mutirões para a reversão de muitas situações de risco industrial
e comercial aprendendo a criar novas tecnologias favoráveis à sua
sustentabilidade [3] .
Tudo indica, após os fenômenos naturais mais recentes, que
chegamos a limites perigosos. Com certeza o pior só cresce graças ao
fundamentalismo em todas as suas formas. A imensa tragédia é a coleção de
conflitos guerreiros prejudiciais ao meio ambiente e mortais a milhões de
crianças, idosos, gente humilde e sem jatos executivos para salvá-la de fanáticos
dispostos a tudo para mostrar suas imbecilidades.
Sem as guerras, contudo, muita coisa poderá acontecer,
inclusive cataclismos capazes de varrer a espécie humana [4] .
A condição emergencial (se considerarmos o processo de
decisão, projetos, viabilização, implantação e operação plena) impõe
fraternidade e honestidade, acima de tudo uma visão crítica e séria das opções
possíveis e prováveis.
O viajante lúcido, por exemplo (o que podemos fazer
espontaneamente) estará atento a soluções encontradas, sempre lembrando a
condição singular de sua própria comunidade (IDH, cultura, riqueza, ambiente,
etc.), pois projetos errados poderão custar muito e significar perda de tempo
precioso.
Com certeza sempre iremos esbarrar no capitalismo
intelectual, frequentemente muito pior do que a simples acumulação de
propriedades materiais. Esse câncer poderá ser contornado negociando-se
oportunidades e com atenção para espaços não explorados, ainda que seja
frequente descobrir patentes criminosas promovidas por estados corsários.
O que interessa, contudo, é o aproveitamento máximo de todas
as oportunidades possíveis. Elas se multiplicam e é até lamentável sentir como
as pessoas as desperdiçam. Muitos vivem no passado, ou melhor, usufruem
“direitos” egoístas.
Naturalmente temos virtudes e defeitos valendo aí um
processo de educação intenso que clubes de serviço e outras ONGs, empresas,
corporações, Estado e escolas poderão estimular. Precisamos de sentimentos de
fraternidade, ainda que nem sempre compreendidos.
O desafio é descobrir como salvar nossos descendentes,
pessoas a quem amamos, revertendo situações insidiosamente venenosas.
Precisamos ter cuidado com atos simplesmente midiáticos, a
solução poderá ser simples, mal cheirosa, feia de se ver, mas eficaz e
necessária. Com certeza existe uma grande indústria e interesses políticos
invasivos, a malícia é fundamental. Não podemos, contudo, esperar muito, tudo
que estamos vendo aponta para a saturação de nosso planeta que já não aguenta a
presença agressiva de massas humanas incultas e devastadoras.
Cascaes
1.4.2015
[1]
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J. C. Cascaes,
“Lugares preciosos,” [Online]. Available:
http://lugares-preciosos.blogspot.com.br/.
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[2]
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“http://www.photo.fr/,”
[Online]. Available: http://www.photo.fr/.
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[3]
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J. C. Cascaes.
[Online]. Available: http://mirantedefesacivil.blogspot.com.br/.
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[4]
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“Asteroide gigantesco
passou próximo da Terra no dia 27 de março,” 25 3 2015. [Online]. Available:
http://www.galeriadometeorito.com/2015/03/asteroide-proximo-da-terra-27-marco.html#.VRv20PnF_sE.
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