segunda-feira, 30 de março de 2015

Imitando as multas de trânsito – punições imediatas nos crimes contra os pedestres


Motoristas e proprietários de veículos estão sujeitos a multas sem prejuízo de processos adicionais. Quem dirige e, ou, é proprietário de algum veículo motorizado pode até ser preso em flagrante se transgredir leis e decretos em defesa dos motoristas, passageiros e pessoas externas ao veículo. Além disso a obrigação de pagar seguro e de manter o carro em boas condições reforçam o rigor no trânsito.
Vergonhosamente, contudo, apesar dos impostos e taxas os municípios, estados e a União não tratam com a devida seriedade o que lhes compete, a qualidade e a confiabilidade das vias transitáveis.
Nos municípios existe uma situação que por si só é reveladora de nosso atraso cultural, a despreocupação da imensa maioria dos prefeitos em relação às calçadas. É inacreditável ver, saber, sentir e estar sujeito à displicência de autoridades e cidadãos que teoricamente têm a delegação de fazer, manter, cuidar das calçadas.
O que falta?
Com certeza corporações faturam alto em cima da técnica e dos direitos de intervenções profissionais, falta, contudo, jurisprudência e organização para fiscalização e punição imediata de situações flagrantemente perigosas e de indicadores de alienação em relação à vida e saúde dos transeuntes.
Não bastasse o tolhimento da liberdade de ir e vir de pessoas com deficiência(s), gente idosa e crianças, o cenário chega a pôr em risco a vida de atletas ao forçar quem caminha a usar vias dedicadas ao trânsito de veículos motorizados, de ruas a estradas.
O povo reclama e aponta a falta de hospitais e UTIs. Qual é a taxa de ocupação desses lugares de atendimento por pessoas lesionadas no trânsito? Quantos caminhantes são atropelados no Brasil? Existe estatística de lesionados em acidentes nas calçadas?
Infelizmente até pelo desalento e sentimento de inutilidade dos registros formais será difícil saber quantas pessoas se machucam caminhando, pior ainda, quem cai acredita que a culpa é dela própria, afinal não prestou atenção onde pisava...
Precisamos cobrar, exigir, formular propostas e ações a favor dos pedestres.
Quem viver mais sentirá quanto é importante poder caminhar com segurança em qualquer lugar.

Cascaes

28.3.2015 

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