Serviços essenciais – planejamento – projetos – fiscalização
– construção – operação e as leis da Natureza
O final de período de muitos governos neste primeiro de
janeiro de 2015, alguns reeleitos, mostra o resultado do fracasso de
estratégias e estilos em alguns lugares tão grandes quanto São Paulo e, mais
ainda, o Brasil.
Nosso povo gosta de discurso, é ignorante e alguns
diplomados desconhecem padrões essenciais de suas profissões. Muitas
universidades surgiram recentemente, ótimo, mas faltaram professores, bons e
reais laboratórios, oficinas, bibliotecas atualizadas, estágios, livros
técnicos de boa qualidade e não as famigeradas apostilas, ementas objetivas e
menos fantasiosas, rigor e preocupação com os alunos e escolas. Recursos?
Dinheiro curto e ao que parece muito mal administrado podem explicar a falta
que fazem bons profissionais.
Apesar de tudo nosso pessoal evoluiu, mas nos postos de
comando o que aconteceu?
No Brasil temos desafios colossais com o crescimento e
verticalização das cidades; o agigantamento exige cautelas e altíssimas
competências e a verticalização cria consumidores especiais que só servem para
engordar contas, taxas, impostos etc. Com certeza viabilizariam bons serviços
se o que pagam revertesse a favor de seus habitantes.
Perdemos o compasso da história técnica do Brasil segurando
tarifas e liberando a especulação, gerando dívidas em cima de processos talvez
maldosos de um mercado mal vigiado.
É até desagradável insistir na necessidade de extrema
cautela na definição de gerência de concessionárias públicas e privadas e nos
órgãos de regulação e fiscalização, a transparência deveria ser total. Nada
melhor do que a fiscalização ampla e aleatória, ainda que ONGs estrangeiras
abasteçam militantes ingênuos de causas conduzidas a favor dos países mais
ricos e poderosos.
Nosso povo precisa mergulhar no mérito de decisões técnicas
em tudo, da Saúde e Segurança à Educação, do Saneamento Básico à Energia, em
tudo o que afeta sua sobrevivência, inclusive aposentadorias e fundações...
E as cidades, vilas a metrópoles?
Nossas cidades carecem de tudo. O que está acontecendo?
Querem que vivamos em shoppings e parques esquecendo as ruas, calçadas, a vida
urbana sem fronteiras?
Em Curitiba facilmente percebemos o final de vida útil de
sistemas que não se renovam. Na Energia Elétrica as redes padrão varal competem
com as árvores, perdendo sempre que chove e venta forte. Árvores que morrem com
o rebaixamento do lençol freático e a poluição atmosférica desabam facilmente
sobre as linhas e se forem fortes e mal podadas criam curtos circuitos e
apagões que agridem os curitibanos. O deslumbramento pela capital do Paraná vai
se perdendo quando sabemos de suas dificuldades, que poderiam não existir hoje
se há alguns anos muitos projetos essenciais tivessem sido criados e
realizados.
O pior é que o povo de Curitiba contribui pesadamente para a
receita fiscal do estado e da União, o que volta?
O discurso de nossa Presidenta foi patético e um tanto
mentiroso. Ela foi o exemplo perfeito do deslumbramento pelo cargo e alheamento
de questões que fazia de conta que entendia. Sua equipe ajudou pouco, exceto em
projetos mais simples, necessários e até arrojados que lhe deram o segundo
mandato. Poderia, agora, contudo, viver um momento de glória absoluta se
tivesse mais cuidado com a energia e o famoso mercado, sempre disposto a
colocar lobistas e propostas tentadoras e perigosas. Os escândalos mostram a
ponta do iceberg.
As leis da Natureza não se modificam com discursos, aliás,
são eternas na nossa dimensão de tempo. Não adianta fazer leis e decretos
contra a natureza. Ela, contudo, para quem entende melhor suas normas e
padrões, avisa. Estiagem? Mudança de clima?
Qual é a novidade?
Cascaes
2.1.2015
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