O metrô Curitibano – parceria caracurió?
Hoje, dia 7 de junho, vimos e ouvimos uma exposição do anteprojeto
do metrô curitibano no Instituto de Engenharia, ou melhor, um resumo com
destaque para algumas questões gerenciais e econômicas.
Com certeza a capital de Curitiba já perdeu tempo demais;
gastou-o fazendo algo que a atual administração considera inaceitável, o que
endossamos diante do pesadelo que seria implementar uma obra desta envergadura
na região do Pinheirinho, Capão Raso, Portão e Água Verde.
Parece que se encaminham para uma tecnologia menos
impactante.
Infelizmente, contudo, já não temos muito tempo, ou melhor,
nenhum para discutir opções de traçado, tecnologia e até financiamento.
Ou pega ou larga parece ser a ordem em torno do metrô.
Existem questões, contudo, que podem ser corrigidas, como,
por exemplo, aparentemente uma parceria sem risco para o(s) sócio privado. Apesar
de contribuir minoritariamente terá grandes vantagens, inclusive garantia de
receita. Ou seja, se por qualquer motivo o número de passageiros do metrô for
menor do que um nível preestabelecido a PMC, ou melhor, o contribuinte pagará a
diferença.
Não teremos uma frota pública de carros metroviários com
operação privada ao custo e risco dessa parceira e sim uma empresa que trará 25
a 30% dos investimentos com remuneração garantida, assumindo a operação (?).
A tarifa do metrô não será integrada? Se for, quanto será a
tarifa do transporte coletivo em Curitiba?
Caracu era é uma cerveja tradicional, cara todos sabem o que
significa e curió é um passarinho de canto maravilhoso. O que assusta é ver o
passarinho fugindo e a gente ficar olhando para a cara de investidores rindo da
nossa ingenuidade. Sobra o quê?
A população mais consciente e preparada tecnicamente precisa
ficar atenta ao edital que será lançado em torno da construção do metrô
curitibano. Audiências públicas não ajudam muito, não têm poder deliberativo,
mas dão indicações do que será feito.
Não podemos esquecer que um sistema metroviário é extremamente
importante na definição de valores, potenciais de mobilidade, trabalho, lazer,
escolas... e impostos. Mais ainda, como será o compromisso da PMC com o sócio
privado se as obras atrasarem?
Vimos que no Brasil compromissos entre governos não valem
nada. Qualquer confusão pode significar “contingenciamento” de verbas. De que
forma os contratantes dividirão responsabilidades?
Temos tempo para, esticando um pouco os prazos e investindo
na otimização do sistema existente, fazer um bom projeto? Ou não?
Incomoda sentir que mais uma vez poderemos estar embarcando
numa furada, numa parceria caracurió além de gastar muito num projeto que
poderia ser infinitamente melhor, seguindo o traçado do Inter 2, por exemplo(?).
Seria interessante se análises de diversas opções de traçado
mostrassem as muitas linha que Curitiba deverá ter, em sequência de prioridade,
custos, efeitos urbanísticos etc.
Não temos um plano integrado, pode?
Cascaes
7.6.2013
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