sexta-feira, 7 de junho de 2013

Metrô Curitibano e considerações diversas

O metrô Curitibano – parceria caracurió?
Hoje, dia 7 de junho, vimos e ouvimos uma exposição do anteprojeto do metrô curitibano no Instituto de Engenharia, ou melhor, um resumo com destaque para algumas questões gerenciais e econômicas.
Com certeza a capital de Curitiba já perdeu tempo demais; gastou-o fazendo algo que a atual administração considera inaceitável, o que endossamos diante do pesadelo que seria implementar uma obra desta envergadura na região do Pinheirinho, Capão Raso, Portão e Água Verde.
Parece que se encaminham para uma tecnologia menos impactante.
Infelizmente, contudo, já não temos muito tempo, ou melhor, nenhum para discutir opções de traçado, tecnologia e até financiamento.
Ou pega ou larga parece ser a ordem em torno do metrô.
Existem questões, contudo, que podem ser corrigidas, como, por exemplo, aparentemente uma parceria sem risco para o(s) sócio privado. Apesar de contribuir minoritariamente terá grandes vantagens, inclusive garantia de receita. Ou seja, se por qualquer motivo o número de passageiros do metrô for menor do que um nível preestabelecido a PMC, ou melhor, o contribuinte pagará a diferença.
Não teremos uma frota pública de carros metroviários com operação privada ao custo e risco dessa parceira e sim uma empresa que trará 25 a 30% dos investimentos com remuneração garantida, assumindo a operação (?).
A tarifa do metrô não será integrada? Se for, quanto será a tarifa do transporte coletivo em Curitiba?
Caracu era é uma cerveja tradicional, cara todos sabem o que significa e curió é um passarinho de canto maravilhoso. O que assusta é ver o passarinho fugindo e a gente ficar olhando para a cara de investidores rindo da nossa ingenuidade. Sobra o quê?
A população mais consciente e preparada tecnicamente precisa ficar atenta ao edital que será lançado em torno da construção do metrô curitibano. Audiências públicas não ajudam muito, não têm poder deliberativo, mas dão indicações do que será feito.
Não podemos esquecer que um sistema metroviário é extremamente importante na definição de valores, potenciais de mobilidade, trabalho, lazer, escolas... e impostos. Mais ainda, como será o compromisso da PMC com o sócio privado se as obras atrasarem?
Vimos que no Brasil compromissos entre governos não valem nada. Qualquer confusão pode significar “contingenciamento” de verbas. De que forma os contratantes dividirão responsabilidades?
Temos tempo para, esticando um pouco os prazos e investindo na otimização do sistema existente, fazer um bom projeto? Ou não?
Incomoda sentir que mais uma vez poderemos estar embarcando numa furada, numa parceria caracurió além de gastar muito num projeto que poderia ser infinitamente melhor, seguindo o traçado do Inter 2, por exemplo(?).
Seria interessante se análises de diversas opções de traçado mostrassem as muitas linha que Curitiba deverá ter, em sequência de prioridade, custos, efeitos urbanísticos etc.
Não temos um plano integrado, pode?
Cascaes
7.6.2013


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