segunda-feira, 4 de março de 2013

Qualidade, custos e tarifas de serviços essenciais.



Qualidade, custos e tarifas de serviços essenciais.

A percepção do que um serviço ou instalação complexa deve ter em relação à qualidade, custos, tarifas, impostos, encargos etc. é algo complexo e naturalmente distante da compreensão do cidadão comum. Este depende demais da vontade de especialistas se manifestarem de forma objetiva, da transparência e debates lúcidos em torno do que é servido.
Com certeza o que de mais fácil compreensão existe é a tarifa, o custo do serviço ou do produto. Isso faz com que em torno de taxas e pedágios muita gente tenha sido eleita, com ou sem honestidade intelectual.
Existem casos extremos, contudo, que dão indicações expressivas de critérios flácidos de formação de planilhas. Aí nada mais justo do que haver uma boa e severa auditoria informal e formal.
O que, entretanto, a população deve entender é que atividades que movem rios de dinheiro deslocam montanhas. Esse milagre é feito nem sempre a favor do povo.
Vigilância? Controles?
Bastaria talvez, para isso, que as declarações patrimoniais e de renda de pessoas que ocuparam (ou estão) em cargos estratégicos em empresas privadas, mistas ou estatais, dedicadas aos serviços essenciais, fosse pública, detalhada. Nada melhor do que a vigilância mútua entre autoridades, funcionários, empresários etc. Ninguém é obrigado a dedicar-se a serviços de interesse público, assim a aceitação de cargos dentro e fora do governo deveria vir acompanhada de informações minuciosas para rastreamento de benefícios justos e talvez injustos.
A ausência desse artifício criou uma teia de leis e regulamentos que emperra atividades de utilidade pública, acrescentando custos absurdos na ponta final do consumidor ou usuário.
O desafio é simplificar e reduzir ao essencial de forma didática o conteúdo de editais, contratos, normas, regulamentos etc. A perfeição seria a elaboração de padrões de cartilha onde até crianças compreendessem o significado do que lhes afeta.
Vamos, contudo, enfatizar a necessidade de qualidade técnica.
Falamos em democracia e transparência, precisamos de dados e fatos organizados de modo a que todos entendam o que é fundamental. É normal ler contratos com muitos termos técnicos, como explicá-los? Um exemplo é o padrão de contrato que assinamos para produtos interneteiros, só especialistas saberão os compromissos que são assumidos quando clicamos em “concordo”.
Os exemplos das pegadinhas são abundantes. Em entrevista a um funcionário da Copel ele declarou que no contrato de manutenção da rede de telefonia e TV a cabo pendurada nos postes das concessionárias as empresas de telecomunicações só poderiam mexer nas linhas após uma inspeção da Copel. Maravilha! Imaginem se isso valesse para iluminação pública, quanto seria o custo do serviço? O resultado é visível. O padrão parece ser nacional. O resultado é que os postes das concessionárias de energia elétrica se transformaram em varais. Mais ainda, agora são corresponsáveis pelas falhas dos serviços de telecomunicações? E a maior parte do lucro das empresas de energia elétrica nessa disponibilização de postes vai para um misterioso “fundo para modicidade tarifária”  (S.Paulo, 2012)...
Queremos entender essas decisões.
Cada serviço tem suas peculiaridades que deveriam merecer cartilhas elaboradas pelos responsáveis de órgãos reguladores, explicando, detalhando e qualificando detalhes e critérios técnicos.
Um bom exemplo é a tarifa dos ônibus, que aos poucos vai se abrindo em Curitiba (Neves, 2013).
Com surpresa vimos em reportagens sucessivas do Jornal Gazeta do Povo a afetação de luxos adotados sem consulta popular. Seria razoabilíssimo que o usuário pagante dos ônibus fosse consultado em pesquisas minuciosas, isso aconteceu? Ou a consulta ficou entre pessoas que nunca entraram num ônibus?
Tudo pode ser mais difícil quando as decisões são tomadas a centenas de quilômetros de distância.
A transparência e domínio dos contratos é dever de todos que tem capacidade para esse tipo de análise (WALTRICK, 2012).
Questões relativas a serviços sob concessão pioram quando dependem de poderes distantes, como, por exemplo, daquela cidade no meio do nosso imenso país chamada Brasília. Que desastre! (Cascaes)
É bom pensar e lembrar que desde transporte interestadual, explorações minerais até a energia elétrica dependem de repartições públicas instaladas no sertão distante, no Planalto Central.
É fácil entender porque pagamos tantos impostos, serviços caros, não temos a infraestrutura necessária etc. Tudo depende de acordos políticos com o Governo Federal, em última instância.
Aliás, os acordos já começaram para as eleições de 2014.
Cascaes
4.3.2013

Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Neves, L. (25 de 2 de 2013). Lafaiete denuncia falta de controle público sobre o sistema de transporte. Fonte: Fábio Campana: http://www.fabiocampana.com.br/2013/02/lafaiete-denuncia-falta-de-controle-publico-sobre-o-sistema-de-transporte/
S.Paulo, R. V.-O. (10 de 9 de 2012). O mito da modicidade tarifária. Fonte: estadao.com.br: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-mito-da--modicidade-tarifaria-,928281,0.htm
WALTRICK, R. (27 de 2 de 2012). Nova tarifa técnica do ônibus de Curitiba deve custar R$ 2,80. Fonte: Gazeta do Povo: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1227526&tit=Nova-tarifa-tecnica-do-onibus-de-Curitiba-deve-custar-R-280






Nenhum comentário:

Postar um comentário