quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vamos evitar acidentes?


Podemos mudar para melhor, tudo depende de nós e nossas autoridades.
A democracia tem o mérito de estimular a renovação. Ninguém é eterno e a saúde pode ser um tremendo fator de inibição da inteligência e estímulo ao egoísmo, além, é claro, da educação, ética e a corte que rodeia os poderosos.
Devemos ser otimistas e proativos. Para isso vivemos numa época em que os meios de registro de sons e imagens, o processamento de dados, a disponibilidade de informações, a facilidade de viagens etc. possibilitam a qualquer cidadão mais atento às necessidades de sua comunidade aprender e colocar suas análises para discussão universal, se quiser.
Naturalmente somos seres humanos com uma sequência bem definida de interesses ao longo da vida. Isso estimula a alienação, o que é perigoso, pois somos o produto, também, do ambiente em que vivemos e contribuímos para existir.
Muitos podem se abster de falar, escrever, filmar, fotografar, usar a internet e outros meios de registro e alerta de problemas e propostas de soluções, afinal não temos a obrigação de entender o que a Ciência e a Natureza nos ensinam. A inteligência e o grau de interesse social variam de pessoa a pessoa.
O tempo passa, contudo, e chega a época em que de alguma forma queremos ter orgulho do que fizemos e ainda somos capazes de realizar. A mídia comercial, por exemplo, procura centrar qualidades e comportamentos que lhe deem audiência, patrocinadores e muito dinheiro. Isso é ruim, pois a telinha abre-se sem restrições à família, deseducando e servindo de base para inúmeros pesadelos que observamos em qualquer aglomeração humana.
Devemos, contudo, insistir no apoio ao bom governo, acreditar no que sabemos e aceitar contestações, afinal ninguém é dono da verdade e todas as evidências podem estar erradas.
Tivemos nesse mês de janeiro de 2013 um exemplo catastrófico do que pode significar a omissão de autoridades, empresários, profissionais e entidades que simplesmente visitando a Boate Kiss devem ter percebido sua segurança precária. As declarações feitas são patéticas e não restituirão a vida das vítimas nem curarão as lesões intelectuais e físicas do povo de Santa Maria.
De repente no Brasil inteiro descobriram dezenas de locais em condições semelhantes. A reação enérgica poderá ter evitado tragédias maiores. As concentrações humanas crescem aceleradamente e mais e mais é fácil a criação de situações de risco, bastando, muitas vezes, um simples grito para gerar pânico, um dos piores vilões de multidões.
Temos o hábito de registrar situações urbanas perigosas, aproveitando uma educação a favor da segurança que um engenheiro eletricista é obrigado a ter e exercitar. O resultado é espantoso e ficamos imaginando que temos santos padroeiros fortes, pois em muitos ambientes existe um grande potencial de acidentes graves.
O que pretendemos dizer como grande potencial?
Milhões de brasileiros jogam na Mega Sena apesar de vir escrito no verso que a probabilidade de acertar com uma aposta é de um em cinquenta milhões e quebradinhos  (Qual é o "risco" de ganhar na Loteria? Risco de acidentes?)...
Nas cidades, estradas e em muitos esportes a probabilidade de um acidente grave é muito maior, pior ainda, a formação de sequelas que só o tempo dirá.
Isso implica em imensa responsabilidade para os planejadores, projetistas, pessoal operacional, acionistas, todos aqueles, enfim, que podem evitar tragédias.
Esperamos que a tragédia desse início de ano no Rio Grande do Sul estimule os brasileiros a serem mais solidários tecnicamente. Depois que os acidentes acontecem, o máximo que podemos fazer com as vítimas e seus familiares é consolar e doar alguma ajuda.

31.1.2013
Cascaes
Cascaes, J. C. (s.d.). Qual é o "risco" de ganhar na Loteria? Risco de acidentes? Fonte: Quixotando: http://www.joaocarloscascaes.com/2013/01/qual-e-o-risco-de-ganhar-na-loteria.html




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