Os esforços de nossa Presidenta, Sua. Excia. Dilma Rousseff,
são extraordinários. Raramente vimos lideranças tão atuantes, enérgicas e
corajosas. Ela enfrentou grupos organizados que há décadas mandavam no Brasil,
conseguindo sucesso extraordinário, principalmente em sua área de formação
acadêmica.
Teve um preparo gradativo, dos tempos de militância
clandestina à Chefia da Casa Civil, passando por diversos cargos de relevância.
Ganhou a atenção do ex-Presidente Lula pela sua forma de agir e assim chegou à
Presidência da República num momento delicado e que exigia alguém com o perfil
dela.
O sucesso pode ser o pior conselheiro de decisões adiante,
contudo. O melhor exemplo está sendo sua orientação em relação ao Setor
Elétrico, que nadava de braçada em inúmeras facilidades, mas extremamente
sensível a qualquer erro de avaliação. A história do Brasil contém diversos
casos exemplares, desde que a utilização da eletricidade foi introduzida no
Brasil no final do século 19. O embaralhamento de atividades técnicas,
comerciais e políticas nunca encontrou uma equação saudável, nem aqui nem na
maioria dos países, principalmente sul-americanos.
Mudanças de regras costumam cobrar um preço elevado. Um
setor que precisa de estabilidade para atrair investidores e cativar bancos
dedicados ao tema sabe que no Brasil o espaço entre a decisão de fazer algo de
grande porte e a entrada em operação regular (não apenas a inauguração) pode
durar décadas e mesmo assim sucumbir diante dos ataques de ONGs iluminadas,
melhor dizendo, bem escoradas.
Risco de racionamento, o que é isso?
É a probabilidade de sofrermos um corte de abastecimento de
energia, tão longo quanto necessário para recompor reservatórios; como toda
futurologia depende de diversos fatores e seria prudente informar qual a margem
de erro, se os dados existentes o permitirem.
A tranquilidade da nossa Presidenta está na previsão de
entrada em operação de grandes usinas, conectadas com linhas de transmissão
enormes e subestações complexas. Funcionarão na data exata?
As chuvas acontecerão onde são necessárias? Serão
suficientes?
Quais são as condições operacionais de cada usina
termoelétrica, ano de fabricação, depósitos de combustível etc.?
Os operadores estão bem treinados?
Para podermos opinar teríamos que saber em detalhes a
situação operacional de todas as unidades que “garantem a segurança energética”.
Seria fantástico se algum portal mostrasse isso e a ANEEL promovesse uma
fiscalização intensa. Multas não resolvem, a perda de concessão sim.
Insistindo no conceito de risco (Qual é a noção de "risco" que o Governo Federal adota? Para
divertir a Lei de Murphy (ou ficar preocupado)) que o Governo
Federal utiliza, qual será?
Não cabe em discurso político a explicação de coisas dessa
espécie, seria ótimo, contudo, que no rodapé tivéssemos um glossário
explicativo.
Indústrias eletrointensivas sabem se proteger, mas os
síndicos de grandes prédios e o trabalhador comum têm o direito de saber com
palavras mais simples.
Nós, engenheiros, com dados e fatos saberíamos avaliar
melhor as palavras de nossa Presidenta.
Nada mais justo, não é mesmo?
Nossa Presidenta aparece bem na telinha, queremos aplaudi-la
e reelegê-la ao final de seu primeiro mandato. Não deve repetir, contudo, erros
do tempo do FHC, Getúlio Vargas e outros assim como aqueles que infernizam
nossos Hermanos argentinos.
Em tempo, cuidado com o “fogo amigo”.
Cascaes
24.1.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Qual é a noção de
"risco" que o Governo Federal adota? Para divertir a Lei de Murphy
(ou ficar preocupado). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/2013/01/qual-e-nocao-de-risco-que-o-governo.html
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