sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Engenharia no Brasil foi esquecida, e agora?


Leis inúteis ou mal aplicadas, e os governantes?
O Brasil é um país inacreditavelmente complicado, burocrático e imprevisível.
Leis, decretos, normas complexas e as repartições públicas e governo agem sem um plano técnico e estratégico previsível. Os eventos nacionais e internacionais foram mal avaliados e agora o Governo Federal improvisa mudanças radicais para corrigir equívocos que mereceriam o tempo perdido para maior discussão, ampla e competente.
O problema é exatamente este, competente?
Nessas últimas décadas algumas profissões foram desprezadas, entre elas a Engenharia que precisamos. Gastamos horas demais em prioridades importadas e esquecemos as nossas. Pior ainda, a mídia estimula quase diariamente uma contra cultura que se reflete na tragédia de nossas estradas e cidades.
Embarcamos em projetos sem sustentação técnica [ (Conheça 10 áreas em que faltam profissionais no Brasil, 2012), (Editorial: Importar engenheiros, 2012), (Empreendedorismo e a Engenharia, 2011)]. O conhecimento humano evolui e nossas escolas pararam, aumentaram em quantidade e perderam o resto (Extremamente importante - Ponderações para discussão, 2011).
E a burocracia?
Em reunião com a concessionária da Rodovia Regis Bittencourt conseguimos um depoimento de como obras importantes se atrasam esperando acordos e decisões que deveriam ser prioritárias para nossos governantes (Inacreditável como a burocracia e repartições públicas criam dificuldades na realização de obras essenciais, 2012). A duplicação da BR 116, por exemplo, arrasta-se há muitos anos, anos demais, custando vidas preciosas e criando um “custo Brasil” inaceitável.
O pior é que se no passado recente existisse vontade política e ações enérgicas  isso já estaria resolvido há tempo (Esperada, duplicação da BR-116 não fica pronta antes de 2015, 2012). A reportagem citada diz que o número de acidentes na Serra do Cafezal, perto de São Paulo, vem caindo. É natural, o trânsito é lento, quase parando nessa região.
Ferrovias, navegação de cabotagem, hidrovias e grandes aeroportos (para receber aviões cargueiros de grande porte) demoram mais ainda. Dinheiro? Só para a especulação financeira... até nossa Presidente mudar as regras que os “especialistas” em inflação querem reverter.
O Brasil precisa exportar, se possível algo mais que minérios, metais raros, café, cereais e outras coisas que têm facilidades, quando o “nosso” país poderia ser outro. Desperdiçamos oportunidades incríveis, sempre debaixo de teses até racistas que diziam que nós não teríamos capacidade de fazer mais.
Muita coisa merece correções, lamentavelmente isso leva tempo e quando feito de forma açodada (MP 579) causa mais estragos do que benefícios. A renovação de concessões seria um momento fantástico para a modernização e ampliação de benefícios de serviços essenciais.
O que merece atenção, por exemplo,  é o desprezo flagrante ao transporte de cargas entre nossos portos marítimos e fluviais. Algo que deveria até ter merecido projetos especiais (navio Brasil, chutando um nome) parece impossível nessa terra que aprendeu a dormir eternamente. Temos oito mil quilômetros de cotas e rios que, se navegáveis e equipados com eclusas (quando seccionados por barragens),  permitiriam redução de custos entre nós e diminuição do transporte de carga em caminhões entre pontos extremamente distantes. Notem que os navios e portos podem ser feitos pela iniciativa privada, os sindicatos de empregados e empresários querem isso?
Evidentemente boas ferrovias para o transporte de carga ajudam muito, quantas décadas ainda esperaremos por um plano e ações de boa Engenharia e Logística?
Pior que nossas estradas, contudo, é a quantidade de carimbos e documentos para tudo, até com selos especiais...
Fazemos leis e decretos com uma tremenda facilidade e ingenuidade (?).
Existem ONGs até dentro de universidades defendendo soluções impossíveis.
Quando o Brasil será um país eficaz, seguro e saudável?

Cascaes
14.12.2012
Extremamente importante - Ponderações para discussão. (janeiro de 2011). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheirol: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/2011/01/extremamente-importante-ponderacoes.html
Editorial: Importar engenheiros. (9 de 11 de 2012). Fonte: Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/1151459-editorial-importar-engenheiros.shtml
BBC. (14 de 12 de 2012). Conheça 10 áreas em que faltam profissionais no Brasil. Fonte: G1 Brasil: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/12/conheca-10-areas-em-que-faltam-profissionais-no-brasil.html
BREMBATTI, K. (18 de 11 de 2012). Esperada, duplicação da BR-116 não fica pronta antes de 2015. Fonte: Gazeta do Povo: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1319203&tit=Esperada-duplicacao-da-BR-116-nao-fica-pronta-antes-de-2015
Cascaes, J. C. (13 de 12 de 2012). Inacreditável como a burocracia e repartições públicas criam dificuldades na realização de obras essenciais. Fonte: Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/2012/12/inacreditavel-como-burocracia-e.html
Kok, C. (29 de 1 de 2011). Empreendedorismo e a Engenharia. Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/2011/01/empreendedorismo-e-engenharia.html


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