Greves e leis federais
Somos um povo de regras doloridas.
Que droga de vício domina nossa gente? Será que pensam que
fazer leis e decretos é a fórmula para corrigir erros centenários? E a
educação, onde está? Qual é o padrão de formação de nossos jovens? Ensinam a
eles que existe o maná no deserto?
Continuamos com um padrão de alienação espantoso. Exemplos não
faltam.
A reação dos caminhoneiros à nova lei que disciplina suas
atividades surpreende pela imprevidência dos autores dessa legislação ou a
falta de comunicação adequada entre as partes.
O Brasil é um país gigantesco e, infelizmente, com lugares
perigosos de passar, quanto mais descansar. As rodovias, de má qualidade,
certamente carecem de estacionamentos protegidos em número, conforto e
segurança suficientes.
Com certeza o excesso de trabalho é um problema gravíssimo,
principalmente para quem sofre as consequências da estafa dos motoristas e
coisas que os fazem ficar acordados. Por quê, contudo, ir de um extremo a outro
sem um período de adequação e ajustes? Esses ajustes são exequíveis?
As universidades federais em greve.
Um plano de carreira é a segurança do trabalhador, pelo
menos deve ser isso que os mestres em administração certamente ensinam nas
universidades, e para os professores federais, qual é o plano de carreira
deles?
Qual é o critério de governabilidade?
Algumas corporações têm tudo e muito mais, outras precisam
lutar desesperadamente para conseguir algum benefício?
Um pesadelo brasileiro é o excesso de centralização de
poderes na União. Atividades e quadros funcionais federais deveriam ser
reduzidos ao máximo, deixando com as cinco regiões que poderiam formar um novo
Brasil a liberdade de dispor de seus habitantes, trabalhadores, cidadãos e
contribuintes.
O excesso de centralização é talvez pior do que a
fragmentação excessiva. Vale para garantir união territorial, moeda, algumas
leis universais, mas lamentavelmente permite-se chegar a detalhes que
demonstram a ignorância social e desconhecimento do que é o Brasil. É um óbice
desta união insana.
Precisamos aprender e evoluir. O Governo Federal passa por
uma crise que não é marola. Milhões de brasileiros estão sendo prejudicados no
que pode ser o início de demonstração de força para as próximas eleições
federais. Afinal, quem está por trás dessas greves?
O Brasil tem muitas faces, cenários extremamente diferentes
que demandariam maiores cuidados e respeito. Como um grupo de representantes,
obrigado a viver no meio de nosso país, pode querer decidir sobre um povo que
há muito tempo esqueceram, afinal o ambiente dos palácios tem um grave defeito,
leva muita gente a esquecer discursos de campanha.
Felizmente ainda podemos acreditar na inteligência de nossa
Presidente e em sua mineirice. Vamos torcer para que descubra suas limitações e
comece as transformações que os brasileiros precisam, de maior independência e
responsabilidade.
Temos projetos de leis, novos e antigos que já deveriam
estar valendo, mas continuam nas prateleiras do Poder Federal. A lei que
regularia greves nos serviços essenciais é um vácuo que já matou muitos
brasileiros (pobres), reforma fiscal (que fortaleceria estados e municípios)
não acontece e até a legislação dos crimes eleitorais continua confusa.
Até quando os brasileiros vão aceitar esse caos?
Cascaes
31.7.2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário