segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Uma excelente oportunidade de pesquisa, desenvolvimento e inovação

Pesquisa e desenvolvimento a favor do idoso e da PcD – universidades especiais e polos de pesquisa dedicados
A inclusão, a mobilidade, a autonomia e segurança, conforto e dignidade de qualquer pessoa podem melhorar muito e isso é visível, no Brasil, nos shopping centers. Nesses locais, graças a interesses privados e cuidados maiores as pessoas se sentem dispostas a transitar, desfrutar suas facilidades e viver. Em nosso país são os únicos lugares que de norte a sul, leste a oeste, pode-se esperar algum respeito universal. Templos de consumo tornam-se modelos de cidadania.
Nossas cidades, contudo, precisam evoluir muito. Felizmente detalhes importantes começam a aparecer de forma positiva. Além das campanhas educacionais, extremamente importantes, em Curitiba, por exemplo, notamos que as calçadas novas ou em reforma aparecem cobertas de pisos adequados. Lamentavelmente, entretanto, os postes e orelhões além de outros obstáculos insistem em obstruir a passagem, inclusive sinais de trânsito.
Há muito a ser feito, portanto, e incomoda descobrir que até o recapeamento de algumas ruas e avenidas cria degraus, valetas etc. sem respeito ao cidadão, seja ele idoso, PcD ou atleta. O que importa (prioridade) é aumentar a fluidez do tráfego. Afinal moramos num estado em que a segurança física foi desprezada.
Podemos muito, contudo, desde que a partir do ensino fundamental eduquemos os brasileiros a respeitar e amar o próximo. Aqui, mais uma vez, temos elementos de dispersão de atenção. Neuroses importadas ocuparam os espaços dos Direitos Humanos e até parece que somos algo a ser destruído, tal é a imagem que eventualmente deixam nas crianças a respeito da Humanidade.
Podemos muito, contudo, como afirmamos.
Graças à melhor Engenharia, Medicina, Urbanismo, Pedagogia etc., ciências que ganham mais e mais informações e teorias, lógicas e principalmente dados e soluções para o ser humano, é possível criar aprimoramentos, sistemas de apoio e correção, próteses e soluções até urbanísticas que reduzam os efeitos de deficiências e até aumentem a capacidade natural física, intelectual, sensorial e qualquer combinação que imaginemos de nossos recursos de existência.
No passado isso seria ficção, agora aos poucos se torna realidade e, num momento de crise econômica, aponta para um tremendo mercado de oportunidades. Se lembrarmos que o número de pessoas lesionadas aumenta por efeito da violência no trânsito e outras causas de acidentes, assim como o crescimento da expectativa de vida é uma realidade, onde milhões e milhões de pessoas, ano a ano, podem voltar a ser úteis, a serem integradas a suas atividades e, com certeza, com maior autonomia e segurança, poderemos entender o universo de oportunidades para cientistas, empreendedores, inovações e, acima de tudo, viabilizar a autonomia e dignidade de quem se sente limitado por acidentes, doenças e outros problemas.
Precisamos, contudo, de centros de excelência. Nada pior do que diluir recursos. Algumas escolas técnicas e universidades poderiam criar laboratórios e cursos dedicados a pessoas com deficiência, idosas ou portadoras de doenças debilitantes. Laboratórios de verdade e não kits comprados pelo menor preço de mercado.
Aliás, no Brasil perdemos sensibilidade para o que é um laboratório. Parece que juntar meia dúzia de computadores e maquinetas basta para se dar ao local a pomposa denominação de “Laboratório”.
Trabalhamos durante muitos anos com equipamentos de laboratório e seus especialistas, aqui em Curitiba e até no Rio de Janeiro, isso a partir de uma base familiar na área eletrotécnica. Em viagens técnicas conhecemos centros de P&D fantásticos, como o da Siemens em Erlangen (1977). Assim aprendemos a ver e avaliar laboratórios. Aposentados, podemos gastar horas com programas científicos (televisão), descobrindo lugares de pesquisa e desenvolvimento fantásticos, e estudar um pouco mais.
O que notamos, lembrando nossa experiência nacional? O Brasil parou a partir do início da década de oitenta do século passado. A crise econômica fez um tremendo estrago nos planos de desenvolvimento de nosso país. A leitura atenta do livro (Saga Brasileira, A longa luta de um povo por sua moeda, 2011) mostra nas palavras de uma excelente jornalista as falhas dessa época e de anteriores, fatores de implosão de um Brasil que parecia crescer de forma segura.
Agora é ir atrás do prejuízo e criar uma estrutura tecnológica capaz de revitalizar nosso país, apesar do risco de desperdício de dinheiro em teses românticas ou simplesmente alienadas ou de pouca eficácia.
É bom insistir, repetir, gritar: precisamos de universidades especiais e polos de pesquisa e desenvolvimento de soluções a favor das pessoas com deficiência, dos idosos e outros carentes de próteses, remédios, sistemas e lógicas de acessibilidade, mobilidade, inclusão. Acima de tudo é fundamental, acima de tudo, a criação de ambientes de P&D para aprimoramento da autonomia e segurança de todos.
Essa é uma tremenda oportunidade de negócios, de mercado de trabalho e de valorização de um país que deve muito a seus cidadãos. Quando, felizmente, constatamos que já temos algo em torno de dez por cento da população com mais de sessenta anos (Os idosos eram em 2000 uma população de 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000), podemos afirmar que compensa investir em PcDs e nas carências dos idosos, isso sem falar nas necessidades temporárias de pessoas lesionadas por acidentes e doenças.
 O IBGE considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. Em uma década, o número de idosos no Brasil cresceu 17%, em 1991, ele correspondia a 7,3% da população.
Temos, pois, como dimensionar um excelente público para a indústria e comércio de produtos e soluções além de serviços, algo que poderá ser em parte um subproduto do que se fizer a favor da pessoa com deficiência (PcD), num volume aproximado a 15% do total de brasileiros.
O desafio é operacionalizar tudo isso num país mais e mais corporativo, burocrata, verborrágico e ineficaz. De que maneira aproximar e motivar a iniciativa privada de pesquisadores, cientistas, laboratórios (que não existem ainda) ao povo para termos soluções brasileiras?
Ainda não nos refizemos do impacto negativo da Reatech de 2011 (Cascaes, 2011 - Inspirado na Reatech 2007 ); quando lá fomos descobrimos uma feira que já foi boa de visitar, parecia, em 2011, que estávamos numa feirinha de produtos importados e precária, ainda por luxo.
Com certeza temos competência e capacidade de mostrar muito mais, desde que valorizemos a ciência e a tecnologia a favor do aprimoramento da vida do ser humano.

Cascaes
5.10.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). 2011 - Inspirado na Reatech 2007 . Fonte: 2011 - Inspirado na Reatech 2007 : http://inspiradonareatech2007.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Conversando sobre a situação da PcD no mercado de trabalho. Fonte: 2011 - Inspirado na Reatech 2007: http://inspiradonareatech2007.blogspot.com/2011/04/conversando-sobre-situacao-da-pcd-no.html
Leitão, M. (2011). Saga Brasileira, A longa luta de um povo por sua moeda. Rio de Janeiro: Editora Record.




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