domingo, 21 de março de 2010

Quanto e como temos energia elétrica?

Produto real


No XII ENERCON algumas palestras mostraram diretamente ou indiretamente que o Setor Elétrico do Brasil passa por algumas inconsistências, que precisam urgentemente de correções.

Os governos FHC e Lula optaram pelas leis de mercado. Que mercado?

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso perdeu sua carreira política no racionamento de 2001. Se aquele período escuro de nossa história não tivesse acontecido, certamente o sociólogo FHC seria um fortíssimo candidato à reeleição. Para ele e para o Brasil aconteceu...

Os santos padroeiros de Luiz Inácio Lula da Silva devem ser muito fortes, trabalham em equipe, não tiram férias. De uma forma ou de outra os racionamentos por falta de energia não aconteceram, por muito pouco, mas o suficiente para expor as vísceras de um mercado mal feito.

Mercado errado?

Sim, pois se é para existir consumidor livre, todos deveriam ter essa oportunidade.

É um absurdo vermos eletrointensivas com tantos privilégios e sentindo o peso das contas de energia em casa, altíssimas, mais ainda depois de sabermos que as tarifas continham equívocos que engordavam seus valores. Simplesmente não faz sentido a criação de espaços privilegiados de consumidores, sem esquecer que terão o maná da entrada nessa feira de energia de uma quantidade enorme de usinas dentro de 3 anos.

Os grandes consumidores usufruem de privilégios ofensivos ao cidadão comum.

E a energia, existe?

No “mercado persa” dos kWh, há pouco tempo, os consumidores livres e comercializadoras descobriram que a energia, que vendiam, ou não existia ou estava fora do ar por alguma razão técnica qualquer. As duas grandes geradoras que não honraram seus compromissos, pelo que ouvimos no XII ENERCON, uma estatal e outra privada, são enormes. Erraram de que jeito? Pode?

Depois disso confiar em quê?

Tivemos algumas palestras e delas queremos destacar a da D.Sc. Leontina M.V.G Pinto. Diretora Executiva da Engenho, executou sem piedade e com muito humor o famoso mercado, que vende um produto aparentemente esotérico, sem consistência real. Poderia ser diferente, muito diferente se a ANEEL e seguradoras, consultorias competentes, laboratórios bem equipados e independentes pudessem acompanhar, auditar, avaliar tudo o que afeta nossa energia elétrica. Isso não existe para risco e pavor de quem entende.

Vimos situações inacreditáveis de falhas absurdas nesses últimos anos.

Vivemos sob o império da Lei 8666 de algum malfadado ano e o desmonte de empresas que já tiveram quadros de profissionais excelentes. Assim, simplesmente lemos e ouvimos atrasos absurdos, apagões incríveis e acidentes mal explicados num país, que ainda não pode dizer com precisão razoável quanta energia dispõe para entrada imediata, dentro de uma hora, três horas etc..

O importante é o cassino energético, esse continua forte; até quando seremos tão ingênuos?



Cascaes
jccascaes@gmail.com

21.3.2010

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